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Em 10 anos, SAMU Aéreo não registra mortes a bordo e planeja ampliar frota com helicóptero

Serviço é destinado apenas para pacientes em estado gravíssimo, conta com uma única aeronave modelo SÊNECA 3; Governo quer usar helicóptero da PM para fazer atendimentos.

31/05/2023 às 12h54

27/09/2023 às 14h09

Em 2013, era lançado no Piauí o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o SAMU Aéreo. O objetivo era facilitar o transporte de pacientes em estado de saúde gravíssimo de cidades do interior do Estado para serem atendidos na capital. E 10 anos depois, mesmo com a interiorização da rede hospitalar em cidades do interior, o serviço comemorou a realização de mais de mil atendimentos, salvando vidas de recém-nascidos até idosos das mais longínquas regiões do Estado.

SAMU Aéreo completa 10 anos de prestação de serviços no Piauí. - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
SAMU Aéreo completa 10 anos de prestação de serviços no Piauí.

E em tanto tempo, foram muitos os casos de vítimas em estados gravíssimos atendidos pelo SAMU Aéreo. Cristiane Rocha, coordenadora estadual do serviço, lembra de um dos mais emblemáticos. “Vários casos nos chamaram atenção, mas teve um que aconteceu e que foi bastante comovente. Porque o paciente era uma vítima de um acidente automobilístico e era um jovem no qual nós tínhamos certeza que era muito grave, e muito dificilmente ele sairia com vida. Porém, ele foi transportado por nós e não teve nenhuma intercorrência durante o voo. Ele foi entregue, atendido no hospital e hoje está aí para contar a história”, lembra.

Cristiane Rocha, coordenadora estadual do SAMU Aéreo. - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Cristiane Rocha, coordenadora estadual do SAMU Aéreo.

Aliás, como nesse caso, não houve nenhuma morte de pacientes a bordo do avião nesses 10 anos, de acordo com a coordenação do SAMU Aéreo. Mesmo sem nenhuma morte, a equipe que trabalha no serviço já passou por vários perrengues para salvar a vida de seus pacientes. A Sandra é enfermeira na aeronave desde o início. E lembra bem do dia tenso em que foram transportar um paciente de Corrente para São Raimundo Nonato.

Sandra Dourado, enfermeira do SAMU Aéreo. - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Sandra Dourado, enfermeira do SAMU Aéreo.

“Quando a gente chega em cima da serra venta muito e era um período de chuvoso. Aí quando em chegou em cima da serra ventando e com bastante chuva, nós balançamos bastante, mesmo assim a gente conseguiu estabilizar e segurar o paciente, e trazer em segurança. Foi um dos momentos que a gente ficou assim meio com medo em relação a segurança nossa e do paciente”, conta a enfermeira.

SAMU Aéreo - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
SAMU Aéreo

“Quanto a gravidade de pacientes, todo transporte de recém-nascido é sempre complicado. É realmente bem complexo, são de gravidade extrema. E aí quando a gente traz eles, são aqueles que o médico viu, que não têm condições de cuidar do município, que eles nasceram”. As cidades que podem receber a aeronave são somente as que possuem pistas de pouso autorizadas para funcionamento pela Agência de Aviação Civil (ANAC), como Parnaíba, Picos, Floriano, São Raimundo Nonato, São João do Piauí e uma pista particular de Uruçuí – que precisa de autorização para pouso.

“Ter a estabilidade clínica, apesar do quadro gravíssimo, é um critério fundamental para poder ser transportado pelo SAMU Aéreo. “Então, os casos que são graves, são críticos em geral. Esses pacientes muitas vezes precisam de recursos assistenciais, porque estão em elevações, tem altitude, que podem provocar instabilidade clínicas neles. Uma delas é a pouca oxigenação, nos casos de trabalho de parto de gestantes”, explicou o médico Thirso Muniz.

Thirso Muniz, médico do SAMU Aéreo - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Thirso Muniz, médico do SAMU Aéreo

O Gabriel foi um dos personagens da vida real que foram atendidos pelo SAMU Aéreo. Em 2016, ele sofreu um poli traumatismo craniano em 2016. E teve que ser trazido para Teresina, única cidade do Estado que possui estrutura médica para esse caso. “Foi o que salvou a vida dele, a eficácia do transporte fez com que ele chegasse a tempo de ser socorrido e assim salvasse a vida”, disse a mãe dele, Zuleide Solón.

Gabriel, atendido pelo SAMU Aéreo, e a mãe Zuleide Solón. - (Reprodução) Reprodução
Gabriel, atendido pelo SAMU Aéreo, e a mãe Zuleide Solón.

Em breve, helicóptero da PM poderá ser utilizado para socorros do SAMU

O secretário de saúde, Antônio Luiz esteve na solenidade de comemoração dos 10 anos. E anunciou a possibilidade de utilizar o helicóptero da Polícia Militar para adaptá-lo para atendimentos de saúde, pois o helicóptero tem mais facilidade de pouso em locais de difícil acesso, ao contrário do avião que precisa de uma pista.

“Teremos em um futuro breve um apoio do helicóptero da Polícia Militar, que tem condições de pousar em locais onde o avião não consegue chegar. Então Samu é importante, e será ainda mais importante para a população que precisa dele”, declarou o secretário.

Aeronave atual do SAMU Aéreo. Em breve, servço contará com helicóptero. - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Aeronave atual do SAMU Aéreo. Em breve, servço contará com helicóptero.
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