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HUT abre protocolo de morte encefálica de criança envenenada em Parnaíba

O irmão, identificado como Ulisses, de 8 anos, segue internado em estado grave.

27/08/2024 às 18h04

27/08/2024 às 19h27

O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) informou no início da noite desta terça-feira (27) que foi aberto o protocolo de morte encefálica da criança, identificada como João Miguel Silva, de 7 anos, envenenado em Parnaíba, litoral do Piauí. O irmão, Ulisses, de 8 anos, segue internado em estado grave e grave e o quadro clínico inalterado. 

HUT Hospital de Urgência de Teresina - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
HUT Hospital de Urgência de Teresina

Os irmãos foram vítimas de envenenamento na última quinta-feira (22) e foram atendidos, inicialmente, pelo Hospital Nossa Senhora de Fátima, anexo do Hospital Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba. No domingo (25) foram transferidos para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), em estado grave e respirando com ajuda de aparelhos. 

Já a mulher acusada de envenenar as crianças, identificada pelas iniciais L.M.D.C.S, teve a prisão preventiva decretada no último domingo (25) em audiência de custódia. A decisão foi registrada pelo juiz Marcos Mendes, de Direito da Vara Núcleo de Plantão de Parnaíba, que apontou indícios suficientes da autoria do delito.

De acordo com a Polícia Civil, a investigação teve início quando familiares das vítimas relataram que os irmãos teriam sido envenenados ao consumir frutas, no caso caju, doadas pela vizinha. Além disso, as testemunhas informaram que a acusada tem constantes conflitos com a vizinhança, por supostamente envenenar animais domésticos. 

O caso foi enquadrado como tentativa de homicídio qualificado contra duas crianças pela Polícia Civil do Piauí, por meio das Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher e aos Grupos Vulneráveis (DEAMGVs).

Casa incendiada

Após repercussão, populares depredaram e incendiaram a casa da acusada de envenenar na madrugada do último sábado (24) por volta da 0h20, no bairro Primavera, em Parnaíba. O Corpo de Bombeiro Militar da cidade, que atendeu a ocorrência, assim que foi acionada.

Família pede doação

A família das crianças, vítimas de envenenamento, que tiveram de sair de Parnaíba para atendimento médico no HUT em Teresina, segue precisando de ajuda para fraldas para a internação do pequeno Ulisses, que segue internado. 

Para quem tiver interesse em ajudar a família, o irmão de Francisca Maria Silva, o Francisco das Chagas, está disponibilizando o Pix: 638.919.683-02, para transferência de qualquer quantia financeira. 

Saiba o que é o protocolo de morte encefálica

Os médicos abrem o protocolo de morte encefálica quando o paciente apresenta condições de irreversibilidade e ausência de resposta cerebral após uma avaliação clínica. Isso ocorre geralmente após a confirmação de que a causa da perda de função cerebral é definitiva e não há possibilidade de recuperação. Os testes são feitos para garantir que não há atividade cerebral antes de declarar a morte encefálica.

A abertura do protocolo para a morte encefálica envolve uma série de etapas rigorosas para assegurar que o diagnóstico é preciso e definitivo. O processo geralmente inclui:

  1. Critérios Clínicos: O paciente deve estar em coma profundo, com ausência de resposta a estímulos externos e sinais clínicos de morte cerebral. Além disso, a causa da condição deve ser conhecida e irreversível (como um trauma cerebral grave ou um AVC massivo).
  2. Exclusão de Outras Condições: Antes de abrir o protocolo, deve-se garantir que não há condições que possam simular morte encefálica, como hipotermia severa, intoxicações, ou distúrbios metabólicos. O paciente deve estar em condições normotérmicas e com equilíbrio metabólico adequado.
  3. Realização de Testes Clínicos: Os testes clínicos incluem a verificação da ausência de resposta a estímulos, a ausência de reflexos do tronco cerebral e a realização de testes específicos como o exame de resposta pupilar e o teste de respiração.
  4. Testes Complementares: Dependendo das diretrizes locais, pode ser necessário realizar exames complementares, como eletroencefalograma (EEG) para confirmar a ausência de atividade elétrica cerebral ou exames de imagem para avaliar a circulação cerebral.
  5. Documentação e Revisão: A equipe médica documenta todos os resultados dos testes e avalia se todos os critérios foram atendidos. Pode ser necessário que mais de um médico revise os resultados e confirme a morte encefálica.
  6. Comunicação com a Família: Após a confirmação da morte encefálica, os médicos comunicam a família sobre o diagnóstico e as implicações. Em muitos casos, a equipe discutirá também as opções de doação de órgãos, se apropriado.

O protocolo é seguido rigorosamente para garantir que o diagnóstico de morte encefálica seja preciso e ético.


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