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No Piauí, 39 pessoas já solicitaram autorização eletrônica para doação de órgãos; veja como fazer

Documento digital passa a certificar oficialmente a vontade da pessoa em ser um doador de órgãos

07/05/2024 às 12h48

Quem deseja ser um doador de órgãos agora pode oficializar isso através da Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO). Lançado há um mês, o documento digital já conta com mais de 4.500 pedidos em todo o país. No Piauí, 39 pessoas já solicitaram a emissão da autorização. A iniciativa é disponibilizada pelo Cartórios de Notas do estado em parceria com o Poder Judiciário

O documento pode ser solicitado gratuitamente por toda a população e consultado diretamente na Central Nacional de Doadores de Órgãos. Por meio do CPF do falecido, o Ministério da Saúde consegue saber se o mesmo é adepto, ou não, à doação de órgãos. Isso facilita que a vontade da pessoa seja ouvida.

O documento pode ser solicitado gratuitamente por toda a população - (Jailson Soares/ODIA) Jailson Soares/ODIA
O documento pode ser solicitado gratuitamente por toda a população

Para muitos, um transplante é a única esperança de sobrevivência ou de uma melhor qualidade de vida. Atualmente, 600 pessoas aguardam na fila por um transplante de órgãos no Piauí. Em todo o Brasil, esse número cresce para 41 mil, segundo dados mais recentes divulgados pelo Governo Federal. 

“Esta iniciativa se mostra de extrema importância para a conscientização da população do estado sobre a doação de órgãos. Além disso, serve como uma fonte de esperança para aqueles que aguardam ansiosamente por um órgão na fila de espera. É fundamental continuarmos apoiando e promovendo esse tipo de projeto, que não apenas salva vidas, mas também inspira solidariedade e compaixão em nossa sociedade”, destaca Ricardo Afonso de Araújo Costa, presidente do CNB/PI.

Na solicitação de autorização digital para doação de órgãos, o cidadão pode ainda escolher qual órgão deseja doar - medula, intestino, rim, pulmão, fígado, córnea, coração ou todos -. No Brasil, a maioria das pessoas na fila única nacional de transplantes aguarda a doação de um rim, seguido por fígado, coração, pulmão e pâncreas. Somente no ano passado, três mil pessoas faleceram por falta de doação de um órgão. Atualmente, mais de 500 crianças aguardam por um novo órgão.

Pela legislação vigente, quem autoriza a doação em caso de morte encefálica é a família do cidadão, que precisava estar ciente da intenção da pessoa em doar seus órgãos e/ou tecidos. Com a AEDO, esta manifestação de vontade fica registrada dentro de uma base de dados acessada pelos profissionais da Saúde, que terão em mãos a comprovação do desejo do falecido para apresentar à família no momento do óbito

Pela legislação vigente, quem autoriza a doação em caso de morte encefálica é a família do cidadão, - (Reprodução/Freepik) Reprodução/Freepik
Pela legislação vigente, quem autoriza a doação em caso de morte encefálica é a família do cidadão,

Como solicitar a AEDO?

A Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO) é emitida através da plataforma e-Notariado, um ambiente digital nacional para atos notariais. O interessado acessa o site e solicita um Certificado Digital Notarizado, que assegura sua identidade. Após o envio da solicitação, um tabelião de notas selecionado entra em contato para uma videoconferência de emissão do Certificado.

Com o Certificado em mãos, o futuro doador preenche um formulário no site, indicando quais órgãos deseja doar. Após preenchimento, seleciona o Cartório de Notas para emitir a AEDO e assina o documento com seu Certificado Digital Notarizado, instalado em seu celular.

A AEDO é gerada automaticamente e integrada à Central de Doadores de Órgãos imediatamente. A plataforma está acessível 24 horas por dia, 7 dias por semana, de qualquer dispositivo com acesso à internet. O cidadão pode informar sua família sobre o documento para facilitar a busca futura. É importante ressaltar que o documento pode ser revogado a qualquer momento pelo solicitante.

Qual a importância da doação de órgãos?

A doação de órgãos é um ato de generosidade e solidariedade que salva vidas e melhora a qualidade de vida de muitas pessoas. Ao doar órgãos, indivíduos oferecem uma segunda chance para aqueles que aguardam ansiosamente por um transplante, proporcionando esperança, alívio do sofrimento e a oportunidade de viver plenamente. 

Setembro verde doação de órgãos - (Reprodução/Sociedade dos Advogados) Reprodução/Sociedade dos Advogados
Setembro verde doação de órgãos

“A morte de um ente querido é sempre uma situação difícil para toda a família, mas é justamente nesse momento de perda que o sofrimento pode ser transformado em um ato de esperança ao dar uma nova vida para pessoas que aguardam em lista de espera por um transplante de órgãos ou tecidos. Precisamos conscientizar as pessoas que essa atitude pode trazer esperança para muita gente”, destaca a coordenadora da Central de Transplantes do Piauí, Lourdes Veras.