O Piauí alcançou nesta semana o número de 125 trabalhadores resgatados em situação análoga a escravidão somente em 2023, segundo dados do Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT-PI). As situações foram flagradas durante as três fases da Operação Resgatados, deflagradas em várias regiões do estado.

Na fiscalização mais recente, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel de Resgate de Trabalhadores resgatou 42 trabalhadores no Norte do Estado. No município de Batalha, um grupo de 13 pessoas que atuava na extração da palha da carnaúba foi flagrado no momento que preparava um tamanduá para alimentação. 

Divulgação / MPT

Regime análogo à escravidão

Em Cajueiro da Praia, 25 trabalhadores estavam em situação irregular na atividade de corte de palha de carnaúba. Já em Piripiri, quatro trabalhados naturais do município de Nazária foram localizados em regime análogo à escravidão em uma pedreira.

“São situações que nos preocupam bastante. As condições de trabalho foram as piores possíveis: alojamentos completamente improvisados, em casebres no meio do mato, debaixo de árvores, alimentação preparada sem condições mínimas de higiene, trabalhadores se alimentando de caças. Enfim, tudo fora do que diz a nossa legislação e os direitos sociais dos trabalhadores”, disse o Procurador do Trabalho, José Wellington Soares.

 A terceira fase da operação resultou na assinatura de seis Termos de Ajuste de Conduta e pagamentos de verbas rescisórias que totalizaram R$ 145.733,00, além do pagamento de R$ 71.941 de indenização por danos morais individuais e R$ 100 mil de indenizações por danos morais coletivos.