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Piauí investirá mais de R$ 250 milhões na descentralização atendimentos de saúde para o interior

Deverão ser descentralizados serviços de média e alta complexidade além de atendimentos odontológicos. Objetivo é desafogar a rede de saúde de Teresina.

26/06/2023 às 13h01

28/09/2023 às 17h37

Que Teresina se tornou polo de atenção em saúde para várias cidades do interior e estados vizinhos não é mais novidade. Mas a alta demanda que a capital tem em sua rede de atendimento vem sendo motivo de preocupação para os gestores, sobretudo os casos que poderiam ser atendidos nas unidades hospitalares do interior caso elas tivessem estrutura adequada para isso.

É no sentido de desafogar a rede de saúde de Teresina e melhorar o atendimento que a Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) colocará em prática um plano de descentralização de atendimentos de média e alta complexidade nas cidades-polo do interior. Municípios como Parnaíba, Picos e Floriano, que já contam com uma rede de atendimento mais robusta em relação às suas cidades vizinhas, receberão investimentos na infraestrutura de seus hospitais para garantir a redução da demanda enviada à capital.

O investimento é da ordem de R$ 250 milhões. Este valor será destinado às obras de adequações dos hospitais do interior para garantir que quem precise de atendimento, consiga recebê-lo sem precisar se deslocar para a capital.

“Com o dinheiro do governo são em torno de R$ 95 milhões. Com o dinheiro do Banco Mundial são em torno de R$ 104 milhões. Esse valor será usado para fortalecer o interior com serviços equivalentes aos de Teresina. Vamos treinar o pessoal desses municípios para reduzir a necessidade de procurarem hospitais na capital”, explica o secretário de Saúde, Antônio Sousa.

Antônio Luiz, secretário de Saúde do Piauí, deu detalhes de como funcionará a descentralização dos atendimentos - (Ezequiel Araújo/O Dia) Ezequiel Araújo/O Dia
Antônio Luiz, secretário de Saúde do Piauí, deu detalhes de como funcionará a descentralização dos atendimentos

Entre os serviços de saúde que devem ser descentralizados para as cidade-polo estão: laboratórios de análises clínicas semelhantes ao Lacen, em Teresina; tratamento odontológico; serviço obituário com incremento da quantidade de veículos para transporte de corpos; serviços de reabilitação; e serviços de saúde do trabalhador.

O secretário Antônio Luiz explicou que, a princípio, não serão construídas novas unidades hospitalares. A estrutura da qual o Estado dispõe atualmente nas cidades do interior serão reformadas e adaptadas para dar conta do aumento do fluxo de pacientes e da complexidade dos serviços que passarão a prestar. O gestor não deu ainda uma data para que esse planejamento comece a ser posto em prática.

Sesapi descartou reforçar orçamento ou assumir o HUT

Referência no atendimento de urgência e emergência em Teresina, interior e estados vizinhos, o HUT representa um dos maiores custos para a Saúde Municipal. Durante o evento de anúncio do projeto de descentralização dos atendimentos, o secretário Antônio Luiz comentou a possibilidade de a Sesapi assumir o HUT ou reforçar o orçamento destinado ao hospital.

O gestor lembrou que a saúde no Brasil é o SUS e que o sistema é tripartite, ou seja, formado pela União, Estados e Municípios. Antônio Luiz disse ter conhecimento de que o SUS é subfinanciado e que os governos precisam tirar uma parte de sua arrecadação própria para investir em saúde. Ele acredita que a descentralização dos atendimentos para cidades-polo do interior reduzirá a procura pelo HUT e, consequentemente, seus custos.

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