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Envenenamentos em Parnaíba: diretor do IML rebate e críticas e diz que agiu “da forma mais perfeita possível”

Foram feitos mais de 150 exames periciais no caso. Antônio Nunes disse que demora no laudo dos cajus é mito e que fazer perícia “não é como passa no CSI”.

06/02/2025 às 10h38

Em vias de concluir o inquérito sobre o envenenamento de uma família inteira em Parnaíba, a Polícia Civil do Piauí vem sendo questionada sobre a agilidade e a eficiência das investigações. Quando as crianças João Miguel e Ulisses Gabriel morreram envenenados no ano passado, a principal suspeita, Lucélia Maria da Conceição, foi presa. Mas em dezembro, após a reviravolta no caso com a prisão do avô das crianças, e agora com a prisão e confissão da avó, dona Maria dos Aflitos, o caso ganhou novos desdobramentos.

O principal deles foi a informação de que os cajus, que supostamente teriam sido dados por dona Lucélia aos meninos, não estavam envenenados, como havia sido divulgado anteriormente. A demora na perícia das frutas levantou questionamentos sobre o trabalho de perícia da Polícia Civil do Piauí. No entanto, o perito-geral do Instituto de Criminalística do Estado, Antônio Nunes, é contundente ao afirmar que não houve erros no processo e que o IML agiu com perfeição no caso e que fazer exames não é como se vê em séries de TV.

IML rebate e críticas e diz que agiu “da forma mais perfeita possível” - (Assis Fernandes/O Dia) Assis Fernandes/O Dia
IML rebate e críticas e diz que agiu “da forma mais perfeita possível”

Em entrevista ao programa Comando Geral, da FM O Dia, nesta quinta (06), o chefe do IML do Piauí negou que tenha havido atraso no laudo dos cajus. Este laudo foi entregue no começo de janeiro deste ano, após o envenenamento de mais nove pessoas da mesma família. O envenenamento de João Miguel e Ulisses aconteceu em agosto de 2024. Segundo Antônio Nunes, o que houve foi demora na chegada dos reagentes para a realização dos exames no laboratório toxicológico recém-aberto no Piauí.

Este laboratório só foi entregue em outubro, mas sua aparelhagem total demorou mais algumas semanas. A polícia optou por aguardar a conclusão das instalações e a chegada dos reagentes recém-comprados para fazer aqui os exames toxicológicos relacionados aos envenenamentos. Isso, porque se mandasse para outros estados as amostras para a perícia, o resultado demoraria mais a sair.

Antônio Nunes explica: “Agimos da forma mais perfeita possível. Há um mito de que houve um atraso. Não houve. Os reagentes chegaram no final do ano e entregamos no começo de janeiro o resultado da perícia nos cajus. Os exames nos estômagos das vítimas mostrando o veneno foram entregues bem antes, porque na época do ocorrido, já tínhamos o reagente. Por que não mandamos para outro estado os cajus? Vou dar um exemplo: em 2014, passei quatro anos tentando mandar para outros estados um exame em um sorvete e no sangue de uma vítima suspeita de envenenamento. Eles não faziam os exames ou quando faziam, estavam abarrotados pelas próprias demandas. Só podiam receber em quatro a cinco meses”, diz o perito-geral do Piauí.

Antônio Nunes é perito-geral da Polícia Científica do Piauí - (Assis Fernandes/O Dia) Assis Fernandes/O Dia
Antônio Nunes é perito-geral da Polícia Científica do Piauí

No caso dos envenenamentos em Parnaíba, a Polícia Científica do Piauí fez mais de 150 exames para anexar aos autos e apontar as provas técnicas. Para que fosse emitido um laudo, foram precisos pelo menos seis a sete exames com cada amostra para calibrar as máquinas e ver a dosagem mínima de detecção do veneno. Antônio Nunes diz que se fossem enviar todos os exames para serem feitos em outros estados, a demora na emissão dos laudos seriam infinitamente maior.

“Veja bem. A lei obriga que todo cadáver vítima de acidente de trânsito seja submetido a exame toxicológico. Vocês têm noção de quantas pessoas acidentadas no trânsito têm? Olha o tanto de exame. Todo laboratório no Brasil tem essa demanda. Quando tem um caso de envenenamento, várias coisas são feitas ao mesmo tempo. A gente não joga tudo em uma máquina e sai o laudo com dois minutos, como passa no CSI”, justifica.

Os laudos produzidos pelo IML foram todos anexados no inquérito conduzido pelo delegado Abimael Silva, que deverá indiciar Francisco de Assis Pereira Costa e Maria dos Aflitos da Silva pelas mortes dos filhos e netos.


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