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Legião Urbana em Teresina: discos que dizem muito sobre o amor e o Brasil

Uma das bandas mais marcantes da música popular brasileira está de volta aos palcos: neste sábado, 11 de maio, o Legião Urbana apresenta o show mais esperado do ano no Theresina Hall.

11/05/2019 10:51

Músicos que marcaram os anos 80, integrando a formação original do Legião Urbana, ao lado de Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá se apresentam em Teresina neste sábado (11) no Theresina Hall. Com uma turnê comemorativa 30 anos de lançamento dos discos “Dois” e “Que País é Este”, eles vem a capital para reviver no palco grandes canções da banda, eternizadas como clássicos da música brasileira. 

O grupo se consagrou no cenário nacional graças a uma discografia recheada de melodias marcantes e de letras que abordavam reflexões sobre amor, política e juventude. Marcos Sávio é fã do Legião Urbana desde os primeiros discos e conta que passou a gostar dos músicos por conta de pessoas próximas e, também, por conta das letras das composições. O lançamento de cada álbum novo era, na época, comemorado por ele e seus amigos. 

 “Curtíamos juntos cada momento de chegada de um novo LP. As letras são atemporais. A maioria fala de amizade, de sentimento e dos conflitos que todo adolescente passa, acho que por isso ainda conquista os jovens. Meus filhos amam legião e são de uma geração que não viu essa efervescência ao vivo, mas com certeza sentem essa magia nas letras e músicas”, conta ele, destacando que Pedro, de 21 anos, e Sávio Filho, de 11, conhecem boa parte do repertório.


Letras marcantes e reflexões sobre amor e política embalaram uma multidão de fãs e admiradores

O disco de estreia do Legião Urbana, um dos mais marcantes, foi lançando em novembro de 1984. A discografia começa com o selo da gravadora dos sonhos: a EMI, a mesma dos Beatles e criticada pelos Pistols! Inicialmente o long play emplacou três canções: “Ainda é Cedo”, “Soldados” e “Será”. A primeira rádio a tocar a Legião Urbana foi a Fluminense FM. Em seguida, do mesmo disco, explodiram com “Geração Coca-Cola” e “Por Enquanto”, fazendo com que o álbum fosse considerado o principal lançamento do Rock Brasil naquele ano. 

Dois anos depois, em julho de 1986, chega às lojas o segundo álbum da banda, chamado “Dois”. Bem diferente da proposta anterior, com letras e melodias quase suaves. A veia poética desse trabalho emplacou nas rádios as canções “Tempo Perdido”, “Eduardo e Monica”, “Índios”, e “Quase sem Querer”. Gerou “Musica Urbana 2”, “Fábrica” e a ousada “Daniel Na Cova dos Leões”. O álbum superou a vendagem inicial de 100.000 cópias do anterior e foi disco de platina, tendo vendido mais de 250.000 cópias apenas na época de lançamento.


Foto: Divulgação

De volta às origens punks, em novembro de 1987, o Legião Urbana lança “Que país é esse?”, um álbum que fazia autorreferência ao final dos anos setenta, quando o embrião banda ainda atuava por Brasília nos bares cheios de estudantes. O próprio Renato admitia, em texto publicado no disco, que as letras eram ingênuas ainda que atuais. Traz “Faroeste Caboclo”, um tema folk abrasileirado que deu trabalho para ser transposto para fonograma e que dura mais de 9 minutos. A faixa-título, “Que País é Este”, de 1978, é um resgate e nunca tinha sido registrada porque a banda esperava ‘um Brasil melhor’. As demais ofereciam o olhar político e afiado da própria história do grupo e também do Brasil.

Já com mais de 1 milhão de discos vendidos no total de seus três álbuns lançados até então, a pedra fundamental na discografia da Legião Urbana surgiu em outubro de 1989. De onze músicas, nove tocaram as rádios. É um disco de rock, mas é também um disco de amor. Apresenta canções de grande apelo popular aliadas ao máximo rebuscamento lírico. Com os hits “Há Tempos”, “Pais e Filhos”, “Quando O Sol Bater Na Janela Do Teu Quarto”, “Meninos e Meninas”, “Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar”, “Sete Cidades”, “Monte Castelo” e “Eu Era Um Lobisomem Juvenil” a Legião Urbana fez uma bem sucedida turnê nacional deste disco e vendeu 730 mil cópias em um ano. 


O Legião Urbana quando surgiu, inspirando novos poetas e transformando comportamentos

Anos 1990

O álbum “V” foi lançado em 1991, em meio a uma grande crise financeira e política no Brasil. Renato também resolveu se desintoxicar para criar seu filho Giuliano. Na clínica, descobriu ser soropositivo. O álbum apresenta um clima etéreo e nostálgico e as letras contundentes de sempre. Gravado fora do estúdio da EMI, foi produzido no Mega (Barra da Tijuca – RJ) e oferece referências progressivas, como a música de 11 minutos “Metal Contra As Nuvens”.

Em novembro de 1993 a Legião Urbana volta às lojas com novo álbum. O Descobrimento do Brasil traz faixas que se destacaram nas rádios, como “Perfeição”, “Vamos Fazer Um Filme”, “Giz” e “Vinte e Nove”. O repertório ainda tem espaço para a raiva de “Do Espírito” e o pop de “Os Anjos”. O álbum é dedicado ao músico Tavinho Fialho, baixista que acompanhou a banda na turnê do álbum anterior, e havia falecido em um acidente. O encarte trazia uma sugestão para os fãs: “ouça no volume máximo!”.

Com quatro milhões de discos vendidos em todo Brasil até o ano de 1995, a Legião Urbana ganhou a remasterização de sua obra no Abbey Road, na Inglaterra, e lançou “Por Enquanto – 1984/1995”. Renato tinha recém-lançado dois discos solo — “The Stonewall Celebration Concert” e “Equilíbrio Distante”– e o sétimo álbum da Legião Urbana viu as lojas em setembro de 1996. O disco trazia tons tristes e um clima de despedida. Produzido por Dado Villa-Lobos e a banda, inicialmente seria duplo. Renato Russo escolheu “A Via Láctea” como single e um mês depois do lançamento se despediu da vida. Apesar do clima, “1º de Julho” e “L’Avventura” também tocaram nas rádios. Foram vendidos mais de meio milhão de cópias.

Show em Teresina

O show que acontece no Theresina Hall é uma homenagem aos discos “Dois” e “Que País é Esse?”. A turnê fecha o ciclo de comemorações de lançamento da trilogia formada pelos três primeiros álbuns da banda, que começou com a turnê “Legião Urbana XXX anos”, do homônimo “Legião Urbana”, em 2015. Desse primeiro projeto, ao longo de um ano e meio, foram 100 apresentações para mais de 500 mil legionários de diferentes gerações e regiões do país.

Por: Yuri Ribeiro - Jornal O Dia
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