Neste domingo (06), o cantor Zé Vaqueiro usou as redes sociais para se comunicar com os fãs e atualizar o estado de saúde do filho caçula recém-nascido, Arthur. O bebê foi diagnosticado com Síndrome de Patau, e está internado em uma UTI em tratamento. Conhecida cientificamente também como Trissomia do Cromossomo 13, a Síndrome de Patau se manifesta principal através da malformação congênita.
A reportagem de O Dia conversou com uma especialista no assunto para explicar aos leitores no que consiste a Síndrome de Patau e os cuidados que ela exige. Antes de tudo, é preciso entender que a síndrome é uma doença genética rara e grave. As chances são em torno de 2% a 3% de ter um filho com Síndrome de Patau.
Mas como se dá essa alteração no DNA que leva ao desenvolvimento da Síndrome de Patau? A médica geneticista Patrícia Braga explica: “Nosso DNA é um imenso fio e fica dentro das nossas células todo enroladinho como um tubo de linha. Nós temos um par, duas unidades, para cada cromossomo. Quando existe uma trissomia, existe uma unidade a mais, ou seja, além do par normal, existe um componente a mais que foi adicionado. A gente chama de Trissomia do Cromossomo 13 quando se manifesta a Síndrome de Patau”, diz.
Patrícia explica que a grande maioria dos pacientes com o diagnóstico da Síndrome de Patau tendem ao abortamento espontâneo, a perdas gestacionais devido às alterações no DNA do embrião ou do feto. Essas alterações cromossômicas acabam por impossibilitar que aquela vida que está sendo gerada seja uma vida viável.
No nascimento já é possível perceber algumas alterações que podem indicar anomalias no DNA tais como a prematuridade (nascimento antes do tempo correto, que é de 39 semanas) e o baixo peso, ou seja, são crianças que nascem pesando de 1,5 Kg a 1,8 Kg. Mas antes mesmo do bebê nascer, um diagnóstico preciso pode ser obtido através da coleta do líquido da placenta.
“Os ultrassons, eles nos dão suspeitas, a gente percebe através deles as malformações e isso nos chama atenção para que algo está acontecendo com o feto. Mas mesmo durante a gestação a gente consegue coletar um pouco do líquido amniótico. É feito como se fosse um furinho de uma injeção na barriga da gestante e a gente consegue coletar esse líquido. A partir dele, conseguimos fazer um teste genético que comprova a Síndrome de Patau ou outra síndrome genética”, discorre Patrícia Braga.
A médica geneticista explica que a Síndrome de Patau é bastante debilitante para a criança por causar várias alterações no corpo. Patrícia diz que o Sistema Nervoso Central é afetado, o bebê pode ter alterações cerebrais, malformações cardíacas, que são as principais causas de mortalidade após o nascimento, malformações renais e em outros órgãos do corpo.
Por se tratar de uma síndrome relacionada ao DNA, a geneticista diz que não há cuidados específicos a serem tomados pela gestante para evitar uma eventual Síndrome de Patau. No entanto, Patrícia lembra que os cuidados tomados durante a gestação refletem diretamente na vida que está sendo gerada.
“Sempre manter uma boa qualidade de vida e a gestação precisa ser cuidada de uma forma adequada, um pré-natal bem realizado, cuidado com as infecções, com a alimentação, realizar todos os ultrassons e exames solicitados. É importante também evitar o uso de medicações não prescritas pelo médico, tudo para que haja uma qualidade de vida para seu bebê.
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