Entulhos, móveis
e outros objetos se acumulam e criam montanhas de lixo dentro de uma
residência. O local, um verdadeiro criadouro de animais peçonhentos e
arboviroses, coloca em risco a saúde do morador do imóvel e dos vizinhos, que
precisam conviver ao redor de um ambiente insalubre. Esses são os acumuladores
compulsivos, pessoas que possuem um transtorno de acumulação e dificuldade em
se desfazer de seus pertences.
Em geral, são
pessoas que não têm noção de seu problema e, por isso, não buscam e nem aceitam
ajuda. O problema desse tipo de transtorno pode ser acompanhado e tratado por
um psicólogo ou psiquiatra, mas é preciso que o indivíduo aceite a ajuda.
Enquanto isso, os vizinhos sofrem com suas casas sendo invadidas por ratos,
cupins e pelo mau cheiro.

(Fotos: Assis Fernandes/ODIA)
Essa situação
acontece em uma casa no bairro Dirceu, zona Sudeste de Teresina. O imóvel
ocupado por um homem de aproximadamente 30 anos está completamente tomado por
lixo, que começa a se acumular logo na calçada, atrapalhando a passagem de
pedestres. Mas a situação é ainda pior dentro do terreno. O local está
completamente tomado por lixo, inclusive, segundo moradores, o portão já chegou
a cair por conta do peso.
“Tudo que ele
encontra na rua, leva para dentro de casa. Até o lixo que tiramos das nossas
casas e ele vem e joga dentro do terreno. Nós já reclamamos, pedimos para ele
limpar, mas ele ignora. Não deixa ninguém entrar dentro da casa, nem a família
dele, assistentes sociais, ninguém”, conta uma moradora.

A situação se
torna ainda mais insalubre porque o local é foco de ratos. São tantos que os
animais invadem as casas vizinhas, contaminam os ambientes e colocam em risco a
saúde da população, pois são animais transmissores de doença.
“Os ratos são
enormes, verdadeiras ratazanas. Eles passam o dia andando por cima dos muros,
fazem ninhos nos forros, invadem nossas casas. Há alguns anos, durante o
velório da minha mãe, estávamos fazendo a vigília na porta de casa quando um
rato entrou na minha casa, entre as pessoas. Todos correram, foi constrangedor!”,
relatou outra vizinha.
Moradores de ruas
próximas também reclamam do acúmulo de lixo que, para muitos, é um problema de
saúde pública. Para tentar resolver a problemática, algumas pessoas já tentaram
falar com familiares do morador, mas estes não demonstraram interesse em
solucionar a situação.

“A situação é tão
complicada que os ratos chegam até nossas casas, que ficam em outros
quarteirões, além da dengue. Na nossa rua, praticamente todo mundo ficou
doente, mas nas nossas casas não têm criadouro de mosquitos, eles vêm dessa
casa, se reproduzem nesse lixão”, acrescenta o morador.
Denúncias são
recorrentes, mas situação nunca foi solucionada
Revoltados com
essa situação que perdura há mais de uma década, moradores já tentaram todas as
maneiras possíveis para resolver o caso. Segundo eles, não há diálogo com o
morador do imóvel. Os órgãos públicos também não conseguem tomar providências,
já que não é permitido adentrar a residência, por se tratar de um imóvel
privado.
A
Superintendência das Ações Descentralizadas Sudeste (Saad Sudeste) informou ter
conhecimento sobre o caso relatado na matéria e pontua que algumas solicitações
formais já foram feitas por vizinhos. Além disso, o proprietário do terreno já
foi identificado e notificado. Segundo Maria Graça Carvalho, gerente de
Controle e Fiscalização (GCF), a Saad Sudeste também fez um auto de infração e
entregou ao proprietário, que tem 10 dias para solucionar a problemática. Caso
não resolva, o caso será encaminhado ao setor de multa.
A Prefeitura de
Teresina destacou que irá tomar providências com relação à limpeza da calçada e
sarjeta. Entretanto, destaca que o problema somente será totalmente solucionado
quando o lixo que está dentro do imóvel for completamente removido e que isso é
de competência do proprietário.

Graça Carvalho
reforça que as demandas são vistoriadas pela equipe GCF. Na visita, se for
confirmado a veracidade da demanda, é emitido uma notificação com prazo de 30
dias para realização da exigência do serviço solicitado pela PMT. Caso o
serviço não seja realizado, a equipe retornará ao local e aplicará um auto de
infração, que não sendo atendido, o denunciado será multado.
Utilizar imóvel
como depósito de lixo é cabível de multa que pode variar de R$ 766,53 a R$
3.832,64 segundo a Lei nº 3610, de 11 de janeiro de 2007, como previsto no
Código de Postura do Município.
Denúncias
As denúncias
podem ser feitas tanto presencialmente na Saad mais próxima quanto por meio da
Ouvidoria. Nos dois casos, uma equipe da Gerência se dirigirá até o local para
averiguar a veracidade da ocorrência.
Saad Centro -
(86) 3215-7463
Saad Leste - (86)
3215-7877 / (86) 3215-7875 / (86) 3215-7879
Saad Norte - 86)
3215-7462
Saad Sul - (86)
3215-7661
Saad Sudeste -
(86) 3215-7856
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