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MPF investiga Kwai por suspeita de divulgação de fake news

O aplicativo de vídeos curtos Kwai virou alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF) por supostamente divulgar fake news por meio de perfis falsos e impulsionar de forma irregular contas de candidatos às eleições brasileiras de 2022, como o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão recebeu denúncias anônimas sobre as supostas práticas adotadas pela plataforma de origem chinesa, que também foi assunto de uma reportagem da revista piauí publicada no início deste mês.

Divulgação
Plataforma conta com quase 50 milhões de usuários no Brasil

Segundo a matéria, o Kwai teria turbinado sigilosamente a distribuição dos conteúdos produzidos pelas equipes de Bolsonaro, em um primeiro momento, e de Lula, posteriormente. O boost, porém, é proibido pela legislação eleitoral, que permite esse recurso apenas aos próprios candidatos e suas campanhas, desde que prestem contas à sociedade.

Uma série de medidas enérgicas para barrar posts com mentiras poderia ser tomada, mas o próprio relatório expunha a dúvida: a empresa deveria excluir os vídeos da rede e, assim, evitar penalidades e eventuais multas de autoridades brasileiras? Ou deveria ignorar deliberadamente as falsidades e, assim, aproveitar o potencial dos conteúdos para atrair mais e mais audiência?

revista piauí

Para além das eleições, o MPF suspeita que a rede social tenha produzido notícias falsas e apelativas para aumentar as visualizações e o engajamento de suas publicações. Outro indício investigado pelo órgão é a veiculação de vídeos com atos de violência contra mulheres e exposição indevida de crianças e adolescentes.

Resposta da plataforma

Notificada pelo Ministério Público Federal, a assessoria de imprensa do Kwai afirmou que a plataforma “zela pelo bom conteúdo” e “utiliza mecanismos de segurança que atuam 24 horas por dia”, os quais incluem canais de denúncia de comportamentos impróprios dentro do aplicativo.

“O Kwai reitera seu compromisso em colaborar plenamente com as autoridades brasileiras mediante qualquer solicitação. A plataforma está à disposição para cooperar e reforça seu comprometimento em respeitar integralmente as leis e regulamentações dos países onde opera, visando garantir a proteção e segurança dos usuários”, declarou em nota.