A Polícia Civil do Distrito Federal, com apoio das Polícias Civis do Piauí e Maranhão, está cumprindo uma série de mandados judiciais nesta manhã (27) no âmbito da Operação Alto Escalão II para desarticular um grupo criminoso que clonava perfis de senadores e deputados federais para aplicar golpes via Whatsapp. Um dos perfis clonados pelos criminosos foi o do senador piauiense Marcelo Castro (MDB).
Ao todo, estão sendo cumpridas oito ordens judiciais nas cidades de Teresina e Timon. As informações foram confirmadas pela Polícia Civil do DF.
As investigações apontaram que o grupo criminoso se valeu dos nomes e imagens de 17 senadores e deputados federais para aplicar golpes pelas redes sociais, clonando os perfis de Whatsapp dos parlamentares. Os mandados que estão sendo cumpridos hoje buscam identificas todos os integrantes do grupo e coletar provas. De antemão, a Polícia Civil do Distrito Federal identificou um homem de 26 anos e quatro mulheres como sendo membros do esquema.
Segundo a polícia, os criminosos usavam as imagens dos senadores e deputados no perfil do Whatsapp e entravam em contato com as vítimas informando sobre doações disponíveis. Os suspeitos pediam que as pessoas realizassem depósitos e transferências se passando pelos parlamentares.
A Operação Alto Escalão II é uma continuidade da ação Alto Escalão I, que foi deflagrada em novembro de 2023 na qual foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em desfavor de integrantes de uma associação criminosa especializada em crimes e fraudes eletrônicas. Na primeira fase da operação foram cumpridas ordens judiciais em Recife-PE e João Pessoa-PB para coletar provas.
A investigação que fomentou a Operação Alto Escalão I durou seis meses. Em nota, a Polícia Civil do Distrito Federal informou que os criminosos coletaram informações de gabinetes de alguns ministros que tiveram suas imagens e nomes utilizados indevidamente. Dez integrantes da quadrilha foram identificados, todos residentes em Pernambuco e na Paraíba.
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Com funcionava a fraude
Segundo a Polícia do DF, a associação criminosa cooptava as vítimas se passando por autoridades do primeiro escalão do Poder Executivo e do Legislativo Federal, clonando perfis de aplicativos de mensagens, utilizando suas imagens, nomes e informações colhidas em fontes abertas.
Dessa forma, eles entravam em contato com diretores e presidentes de órgãos públicos e privados e solicitavam ajuda. Esse pedido geralmente vinha com o pretexto de ajudar terceiros. Os criminosos, usando as imagens dos parlamentares, contatavam as vítimas e lhes pediam que fizessem transferências via Pix para alguém necessitado.
Veja abaixo a lista de parlamentares que tiveram seus perfis clonados:
- André Janones, Avante-MG
- Rogério Corrêa, PT-MG
- Natalia Bonavides, PT-RN
- Diego Andrade, PSD-MG
- Humberto Costa, PT-PE
- Paulo Paim, PT-RS
- Teresa Leitão, PT-PE
- Ana Paula Lobato, PSB-MA
- Carlos Viana, Podemos-MG
- Soraya Thronicke União-MS
- Marcio Bittar, União-AC
- Esperidião Amin, PP-SC
- Luis Carlos Heinze, PP-RS
- Marcelo Castro, MDB-PI
- Vanderlan Cardoso, PSD-GO
O que diz o senador Marcelo Castro
Em nota, o senador Marcelo Castro (MDB) se manifestou sobre a operação Alto Escalão II e o uso por parte de criminosos de sua imagem. O parlamentar afirmou que "as redes sociais não podem servir de palco para reiterados crimes e fraudes" e disse que a ação é de extrema importância".
Marcelo Castro acrescentou que sempre busca alertar em suas redes sociais sobre qualquer pedido ilícito de informações e valores e pediu que todos os que praticam esta atividade ilegal sejam punidos no rigor da lei.
Veja a nota do senador na íntegra:
"As redes sociais não podem servir de palco para reiterados crimes e fraudes. Por isso, a operação “Alto Escalão 2”, da Polícia Civil do Distrito Federal, é de extrema importância.
Foram diversas tentativas de golpe utilizando meu nome e minha imagem. Sempre busco alertar, nas minhas redes sociais e também para as possíveis vítimas, sobre qualquer pedido ilícito de informações e valores.
Não apenas esta organização criminosa, mas todos que praticam esta atividade ilegal devem ser punidos no rigor da lei".