Em entrevista ao O DIA, o delegado da Polícia Civil de José de Freitas, André Moreno, destacou as ações que têm sido realizadas para combate ao tráfico de drogas e às facções criminosas no interior do Piauí. Segundo ele, é necessário uma atuação em conjunto com o governo para que os grupos criminosos sejam desarticulados. “O estado tem que intervir para evitar esse tipo de comportamento e tornar mais tímida a ação desses criminosos”.
O delegado explica que estes grupos estão cada vez mais sofisticados e presentes nos municípios em torno de Teresina. Consequentemente, há um aumento da criminalidade nesses locais. “Essa sofisticação do tráfico e dos grupos criminosos no interior tem sido determinante no aumento da criminalidade”, diz.
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André Moreno comentou ainda alguns casos envolvendo tráfico e organizações criminosas que ocorreram nos últimos meses nos municípios do interior piauiense. Em maio deste ano, por exemplo, a polícia encontrou um laboratório de maconha em Pedro II. "Nós nos acompanhamos por um tempo e fizemos uma investigação bem detalhada. Tivemos apoio de outros órgãos e fizemos uma apreensão bem relevante, mais de 150 pés de maconha”.
Já em José de Freitas, no mês de agosto deste ano, o corpo de um jovem foi encontrado queimado e com os olhos arrancados. “Nós conseguimos solucionar esse caso e prender dois indivíduos e um adolescente. Esse é mais um exemplo claro do tráfico de drogas. Havia uma briga entre dois indivíduos motivada por tráfico e furto de carga e, por conta de tudo isso, desenvolve-se uma justiça paralela, que na verdade é uma injustiça, pois um indivíduo acha que pode aplicar uma pena de forma bárbara e cruel”, destaca André Moreno.
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Para o delegado, o tráfico de drogas é o delito central e, ao redor dele, orbitam outros crimes. “A partir do momento em que o tráfico de drogas e organizações criminosas entram no interior, você vê subir índice de homicídio, roubos e até de violência doméstica. Além de ameaças e porte ilegal de arma de fogo. Todos esses crimes derivam do tráfico de drogas”, afirma.
Ele ressalta que o tráfico de drogas funciona como uma empresa e, por isso, existe uma disputa entre as facções que dominam determinado município. “Quando os criminosos vão para o interior, ou eles englobam os grupos que já estão lá e entram na organização, ou irá ocorrer um enfrentamento. Quando isso acontece, percebemos o número de homicídios subindo”, pontua.