O Piauí ocupa um lugar preocupante no ranking nacional de focos de queimada produzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os dados apontam que o Estado é o quinto do Brasil na quantidade de incêndios em região de vegetação neste ano de 2023. Com um total de 10.692 focos identificados entre 01 de janeiro e 27 de outubro, o Piauí tem registrado uma média de 35,64 focos de incêndio por dia.
O Piauí fica atrás apenas dos estados do Pará (28.946 focos), Amazonas (18.297 focos); Mato Grosso (16.490 focos) e Maranhão (15.559 focos). O Estado com o menor registro de queimadas no Brasil é o Distrito Federal, onde foram identificados somente 86 situações.
Setembro é o mês recordista em quantidade de focos de queimada no Piauí até o momento. No mês passado, o estado contabilizou 3.941 focos, uma média de 131 a cada 24 horas. Outubro não fica tão atrás: faltando ainda três dias para seu fim, a média já é de 171 focos de queimada por dia.
Neste mês, o Piauí já contabiliza um total de 3.446 focos de queimada. O dia em que houve a maior quantidade simultânea de registros foi na quarta-feira (18), quando o Piauí contabilizou 537 queimadas no intervalo de 24 horas.
De acordo com o Inpe, a situação das queimadas no Piauí neste mês de outubro está dentro da média anual histórica para o Estado. Nos últimos 25 anos, o título de recordista na quantidade de incêndios em região de vegetação em território piauiense ficou com o ano de 2010, quando foram registrados 19.192 focos em todo o estado. Em contrapartida, foi em 1999 que o Piauí teve o menor registro histórico de focos de incêndio: 3.459.
Um dos maiores focos registrados este ano no Piauí foi o incêndio que atingiu o Parque Nacional Serra das Confusões, no município de Cristino Castro. O fogo foi controlado pelo Corpo de Bombeiros no começo desta semana. O fogo havia começado na fronteira entre o Piauí e a Bahia, na região rural de Campo Alegre de Lourdes.
O Corpo de Bombeiros faz um alerta para os riscos de queimada neste período do ano. O Piauí atravessa um dos B-R-O-Brós mais severos já registrados nos últimos anos e o tempo seco aliado às altas temperaturas e aos ventos contribuem para que o fogo se alastre rapidamente e em proporções incontroláveis.
“A gente pede que as pessoas evitem usar a queima controlada para fazer a limpeza de terrenos. Qualquer centelha pode gerar um incêndio de grandes proporções nesse período e as pessoas precisam ter consciência disso”, pontua a coronel Najra Nunes, porta-voz do Corpo de Bombeiros.