O filho do piloto da Aeronave CESSNA 206 é um dos suspeitos de ter participado do roubo da aeronave no Clube de Ultraleve de Teresina. A informação foi confirmada no início da tarde desta quinta-feira (16), durante coletiva de imprensa, pelo coordenador do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), o delegado Charles Pessoa. De acordo com ele, não há indícios de que o piloto do avião tenha envolvimento com o crime.
(Foto: Reprodução)
O suspeito e a sua esposa foram presos durante o cumprimento de mandados na manhã de hoje. As investigações apontam que ele teria repassado informações privilegiadas sobre o funcionamento do aeroclube e as condições da aeronave, que havia passado por uma revisão recentemente e estava em plenas condições de voo. “Essa aeronave estava há dois anos paradas e sem uso e passou por uma revisão geral, ou seja, as pessoas envolvidas no crime tinham pleno conhecimento de que a aeronave estava em condições de voo. Por isso ela foi o alvo do grupo criminoso”, aponta Charles Pessoa.
De acordo com o delegado, inicialmente o grupo criminoso planejava roubar outra aeronave do estado de Alagoas. Contudo, através da cooptação do filho do piloto, que era considerado uma pessoa de confiança pelo proprietário da aeronave do Piauí, os criminosos decidiram mudar o alvo.
“A princípio, a aeronave que seria roubada não seria essa de Teresina, mas, sim, do estado de Alagoas, mas como eles conseguiram cooptar essas pessoas, inclusive o filho que tinha as informações privilegiadas, eles decidiram cometer esse crime em Teresina. Esse filho foi o responsável por buscar a aeronave no Mato Grosso [para trazer ao Piauí], arcado pelo empresário”, revelou o coordenador do Draco.
Durante a coletiva, o delegado detalhou todo o processo realizado pelo grupo criminoso. “Ao ser levado do Ultraleve, a aeronave pousou no Aeroporto de Maranhão, onde pessoas ligadas ao local atuaram na logística para fazer a adulteração do veículo. Foi modificada a cor e matrícula da aeronave. Eles saíram de Maranhão para o Magro Grosso e a finalidade da organização era pousar na zona rural do estado. Porém, por uma questão de combustível insuficiente, foi necessário o pouso forçado”.
(Foto: Reprodução)
A quadrilha responsável pelo roubo se dividia em cinco núcleos:
- Núcleo de Teresina: era responsável por articular, agenciar e colocar indivíduos para executarem o roubo da aeronave. Foi também o grupo responsável por identificar a aeronave, fazer o planejamento e participar da execução;
- Núcleo de São Luís: responsável por receber a aeronave após o roubo em Teresina e executar o processo de modificação e adulteração do avião;
- Núcleo de Bacabal: responsável por arregimentar o braço armado da organização criminosa e também por fazer a movimentação financeira do dinheiro que foi gasto na execução do crime;
- Núcleo do Mato Grosso: responsável por receber o avião após a adulteração e fazer com que a aeronave chegasse à Bolívia. Foi no Mato Grosso que o avião sofreu uma pane seca e precisou fazer um pouso forçado. Lá, o avião foi recuperado pela polícia antes que deixasse o país.
- Núcleo de Pernambuco: responsável por alugar o veículo que foi utilizado no roubo.