Um analista de sistema, de 36 anos, é suspeito de violentar sexualmente de pelo menos cinco crianças na região do Bairro Pedra Mole, na zona Leste de Teresina. Os crimes começaram ser apurados pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) em outubro deste ano após o surgimento de um vídeo em que um dos abusos acontece.
O caso ganhou nova repercussão nesta quinta-feira (16) após uma das vítimas, uma criança de 7 anos, denunciar o homem para professores da escola onde estuda. A vítima apresentou ferimentos nas partes genitais e demostrou crise de choro ao relatar o caso para uma equipe do Conselho Tutelar.
A advogada Natália Freitas, que está representando o caso, afirmou que essa não é a primeira vez que a criança relata os abusos. Em maio, ela chegou a ser ouvida, mas teve as declarações invalidadas. A advogada revelou que uma irmã da vítima, de 13 anos, e outras três crianças também teriam sido abusadas pelo analista.
“Acionamos pai e mãe, eles disseram que não tinham conhecimento sobre a situação, mas, de certa forma, a fala da criança foi invalidada, pois ficou por isso mesmo. Até que se juntou as informações, uma professora com uma aluna na situação e um professor com três alunos. Por sorte, acabamos descobrindo que era a mesma pessoa”, resumiu a advogada.
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“Ele dava presentes e dinheiro às crianças”, diz advogada das vítimas
Em entrevista ao O DIA, a advogada Nathalia Freitas relatou que o abusador tinha fácil acesso às crianças e aproveitava não só de ser familiar ou próximo à elas, mas também do fato de ter condição financeira para presenteá-las ou levá-las para passear em lojas e shoppings.
“Ele presenteava as crianças com brinquedos, jogos, levava para passear, comprar coisas e isso agradava aos pais. À vítima de 13 anos, ele chegou a dar uma quantia em dinheiro e depois perguntar o que ganharia em troca”, conta a advogada.
Ainda segundo a advogada, existe a preocupação de que o suspeito fuja e não pague por seus atos criminosos. Por isso, ela ressalta a importância de ser decretada a prisão preventiva do mesmo. “Nós queríamos pedir à delegada que fizesse um pedido de prisão preventiva. Com o inquérito e todo material já colhido seria melhor que fosse solicitado pela Polícia Civil. Também já estamos em contato com o Ministério Público. O que mais nos aflige é a possibilidade de ele fugir, pois ele tem passaporte e condição financeira para isso”, explica.
Até o momento, a advogada só conseguiu medida protetiva para duas vítimas, que são afilhadas do suspeito. “Precisamos da medida protetiva para todas as famílias. Não temos como deixar dessa forma, porque ele tem fácil acesso às crianças”, concluiu.