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Energia solar: Teresina é a segunda cidade do País com maior número de instalações

Teresina, capital do Piauí, é o segundo município com maior número de instalação de energia solar, à nível de Brasil. O dado foi divulgado pelo professor Marcos Lira, que é engenheiro eletricista e referência nos estudos de energia no Piauí. Doutor em desenvolvimento e meio ambiente, durante o 1° Seminário O DIA em Debate, realizado nesta terça-feira (21), pela Fundação Octávio Miranda, que discute “Energias Renováveis como vetor de desenvolvimento do Piauí".

Segundo o pesquisador, os índices de radiação são muito intensos na cidade, favorecendo o consumo deste tipo de energia. Entretanto, apesar do bom índice, o custo para instalação deste serviço ainda é alto, o que dificulta ainda mais o acesso às placas.

“Há pouco mais de 15 anos, o acesso à energia solar era até seis vezes mais cara do que atualmente. Apesar das linhas de financiamento do serviço terem melhorado, continua sendo um produto com valor alto. Ainda não é acessível para a maioria da população. De fato, é um sistema caro. Alguns bancos têm linhas de financiamento, e as parcelas desse financiamento, seria o que você pagaria de energia elétrica, ou seja, em três anos e meio você recupera esse investimento e o sistema funciona durante 25 anos. Eu diria que a tendência é só aumentar”, destaca.


Professor Marcos Lira, que é engenheiro eletricista e referência nos estudos de energia no Piauí - Foto: Assis Fernandes/ODIA

Durante o evento, o professor Marcos Lira afirmou que é preciso discutir formas de o Piauí aproveitar ao máximo seu potencial energético e as potencialidades naturais que o Estado possui, como o calor e os ventos. Em sua palestra, onde discutiu a sinergia e energia, desenvolvimento sustentável e econômico, ele apresentou as energias renováveis como vetores de desenvolvimento para o Piauí. Segundo ele, o Estado está “aprendendo a fazer uso desses recursos para gerar energia elétrica”.

Marcos Lira destaca que, no ranking dos estados que mais geram energia eólica, o Piauí ocupa o terceiro lugar, e o terceiro no ranking de energia solar. Esse bom desempenho gera um enorme ganho, tanto para a população como para o Estado.

“Quando a gente investe nessas fontes localmente, temos um ganho do ponto de vista econômico, seja pelo crescimento do PIB nessas cidades onde essas usinas estão instaladas. A gente tem as duas maiores usinas solares da América Latina, uma em Ribeiro do Piauí e outra em São Gonçalo do Gurguéia. E no aspecto social, com projetos de extensão que levam energia para aquelas comunidades que não tem acesso a energia elétrica, melhorando a condição de vida dessas pessoas. Mas, o aspecto mais importante é o ambiental. Quando a gente investe em energias renováveis, estamos adiando a construção de novas termelétricas, que é uma fonte extremamente poluente, de novas hidroelétricas, e, com isso, estamos contribuindo para os objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU, que viabiliza o acesso às energias renováveis”, frisa. 


A mesa de honra do seminário foi composta pelo presidente do Sistema O Dia, Valmir Miranda; pelo professor Marcos Lira; pelo superintendente de Meio Ambiente do Estado, Carlos Moura Fé, pelo coronel Nixon Frota e pelo secretário Fernando Lima (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

O presidente do Sistema O Dia, empresário Valmir Miranda, iniciou o debate mencionando a necessidade de se discutir as energias renováveis para construir um futuro mais sólido para o Piauí e a sociedade como um todo. “É uma alegria recebê-los para conversar sobre nosso Estado.  Temos que discutir permanentemente o Piauí e quanto mais pessoas entrarem nesse debate, mais pessoas poderão agir para melhorar nosso amanhã”, disse Valmir Miranda.


O presidente do Sistema O Dia, Valmir Miranda, mencionou a importância de discutir as energias renováveis (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Já o secretário de Estado de Mineração, Petróleo e Recursos Renováveis, Fernando Lima, destacou a importância das energias renováveis para a geração de emprego, mas destacou que o Piauí ainda precisa de mão de obra qualificada para atuar nesse meio. Este, segundo ele, é um dos grandes desafios para o Estado. “O Piauí é rico em energia limpa, mas é necessário qualificar o piauiense para atuar nas usinas eólicas e parques solares para garantir que o retorno maior esteja aqui, fiquei aqui”, ressaltou o secretário.


Secretário de Estado de Mineração, Petróleo e Recursos Renováveis, Fernando Lima (Foto: Assis FernandesODIA)


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Também participando da mesa de honra, o coronel Nixon Frota, lembrou que quando se fala em energia sustentável é preciso falar também em como aplicá-la para mudar a realidade à nossa volta. “É um potencial e tanto, o Piauí tem muito potencial, mas precisamos investir mais ainda para que haja um retorno imediato e para as gerações futuras.”, afirmou o coronel. Nixon Frota lembrou ainda que para além de investir na geração de energia limpa é necessário conscientizar a população para seu uso.

Tratando do potencial piauiense para a geração de energia limpa, o superintendente de Meio Ambiente do Estado, Carlos Moura Fé, destacou que o Piauí tem uma carteira de geração de 15 gigas em energias renováveis em processo de licenciamento e que o estado produz hoje em energia limpa o equivalente a até 15 vezes o que se produz na Barragem de Boa Esperança.