O desembargador Oton Mário José Lustosa Torres decretou nesta sexta-feira (08) a ilegalidade da greve dos profissionais do magistério da rede municipal de ensino de Teresina. O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) decidiu por suspender o movimento grevista e estipulou multa diária de R$ 10 mil para o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), caso haja descumprimento da ordem.
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O desembargador também determinou que o Sindicato dos Servidores Municipais de Teresina (Sindserm) não promova a ocupação de prédios públicos municipais de Teresina e que, caso algum esteja nesta situação, que seja desocupado imediatamente, garantindo assim o livre acesso de quaisquer pessoas às repartições públicas.
Os profissionais da educação de Teresina deflagraram a greve no dia 7 de fevereiro. As aulas da rede municipal deveriam retornar no dia 22 de fevereiro, em formato híbrido. O Sindserm deve apresentar resposta de contestação ao TJ-PI após o recebimento da ordem judicial. O Portal O Dia tentou entrar em contato com o Sindicato, mas não obtivemos resposta sobre a decisão da Justiça.
Movimento grevista
Os professores da rede municipal de ensino decidiram, por unanimidade durante assembleia da última segunda (04), continuar com a greve geral na educação que se iniciou no dia 7 de fevereiro e já completou 60 dias. Os profissionais da educação reivindicam o reajuste de 33,24% linear, frente aos 16% encaminhados pelo Dr. Pessoa. Durante a manifestação realizada em frente à Secretaria Municipal de Educação (SEMEC), os servidores afirmam em protesto: “a greve continua, prefeito a culpa é sua!”.
A Prefeitura de Teresina oficialmente alegou a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para deixar o reajuste abaixo do estabelecido pelo Governo Federal. Diante da situação, o Dr. Pessoa justifica que os professores de Teresina têm o melhor salário do Nordeste e já afirmou que o reajuste de 16% será mantido mesmo com a greve.
"As aulas estão normais", diz Robert
Apesar da crise na educação e as dificuldades enfrentadas por alunos do ensino fundamental da capital, o cenário parece bem diferente para o vice-prefeito Robert Rios. “Não tem greve dos professores, tem greve do sindicato. As aulas estão normais, tudo está andando normalmente lá. Recebemos a Prefeitura com os professores em greve, a greve hoje no Brasil é quase um vício, tem pessoas que estão viciadas em greve. Os professores tiveram o maior aumento da sua história”, finalizou o vice-prefeito.