Os professores da rede municipal de ensino decidiram, por unanimidade durante assembleia nesta segunda (04), continuar com a greve geral na educação que se iniciou no dia 7 de fevereiro e já completou 57 dias. Os profissionais da educação reivindicam o reajuste de 33,24% linear, frente aos 16% encaminhados pelo Dr. Pessoa. Durante a manifestação realizada em frente à Secretaria Municipal de Educação (SEMEC), os servidores afirmam em protesto: “a greve continua, prefeito a culpa é sua!”.
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Greve de professores da rede municipal completou 57 dias (Foto: Assis Fernandes/ODIA)
De acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais (Sindserm), a greve só irá acabar quando a Lei do Piso Nacional do Magistério for cumprida. Isso porque, segundo o sindicato, o prefeito aprovou um projeto inconstitucional. O coordenador do Sindserm, Sinésio Soares, pontua que a prefeitura não está interessada em negociar com os servidores. “O prefeito está interessado somente nas questões eleitorais”, disse.
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A Prefeitura de Teresina oficialmente alegou a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para deixar o reajuste abaixo do estabelecido pelo Governo Federal. Diante da situação, o Dr. Pessoa justifica que os professores de Teresina têm o melhor salário do Nordeste e já afirmou que o reajuste de 16% será mantido mesmo com a greve.
Ato Unificado é convocado para quarta-feira (06)
Os atos contra a atual gestão municipal do prefeito Dr. Pessoa e do vice-prefeito Robert Rios vem ganhando força nas últimas semanas. Além dos profissionais da educação, outros trabalhadores estão em greve a fim de reivindicar pelos seus direitos, como é o caso dos motoristas e cobradores do transporte público de Teresina.
Outra reivindicação dos manifestantes é o aumento da passagem estudantil em Teresina. Um decreto municipal publicado no Diário Oficial do Município (DOM), permite que a venda do passe estudantil seja no valor correspondente à 50% da passagem inteira em Teresina. Com isso, a passagem para estudantes, que custa atualmente R$1,35 (um real e trinta e cinco centavos) pode ser reajustada para R$2,00 (dois reais), valor que corresponde metade da tarifa inteira na capital, que atualmente é de R$4,00.
Ato unificado reúne manifestantes de diversos sindicatos (Foto: Assis Fernandes/ODIA)
Em entrevista ao O DIA, a servidora Danielle Brito afirma que a sociedade precisa ver que esta é uma luta pelos direitos dos trabalhadores e da própria população. "Nós queremos dizer pra sociedade que estamos lutando pelos nosso direito à educação, transporte, moradia e saúde. A juventude também não aprova esse possível aumento da passagem de ônibus", explica.
A servidora destaca ainda que os sindicatos se unem a fim de mostrar que o problema na gestão está generalizado. “Os movimentos se unificam para denunciar o que está acontecendo na gestão do Dr. pessoa, que nem sequer ouve nossas demandas”, finaliza.