Os servidores da rede municipal de ensino da capital deflagraram
na manhã desta segunda (07) uma greve geral no sistema de educação de Teresina.
A decisão foi tomada após uma assembleia setorial dos servidores, na praça da
bandeira. Os educadores cobram o pagamento do reajuste de 33% no piso salarial
estabelecido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, após portaria
assinada por ele e o Ministro da Educação Milton Ribeiro, na última sexta (04).
Em crise desde o início da gestão, professores e prefeitura
caminham em sentidos opostos. Desde o ano passado os educadores cobram o
repasse do rateio do Fundeb, e protestam pelo não pagamento do décimo terceiro
salário em 2021 para profissionais temporários. Partiu dos próprios professores
as denúncias de irregularidades na compra dos 100 mil livros “Teresina Educativa”. A aquisição foi suspensa pela justiça e o Prefeito e o Secretário de Educação são investigados por suspeitas de corrupção.
O Coordenador Geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais
De Teresina (Sindserm), Sinésio Soares, confirmou a decretação da greve e fez
graves denúncias contra a gestão de Dr. Pessoa. “Fizemos uma assembleia geral, desde
janeiro está em vigor a lei que prevê um reajuste de 33%, o prefeito recebendo
a nossa correspondência dia 10 de janeiro e até hoje não deu nenhuma resposta. Tem
R$ 55 milhões na conta da prefeitura em janeiro e já entrou mais R$ 2,7 milhões
em fevereiro, pode pagar, não paga por que não quer. Quer usar esse dinheiro
para que ?”, lamentou o dirigente sindical.
Sinésio revelou ainda que a entidade sindical acionará o
Ministério Público Federal contra as irregularidades e aguarda uma posição do
Ministério Público do Trabalho. “Estamos vigilantes, vamos continuar com a
denúncia no TCE e agora vamos entrar no Ministério Público Federal. Queremos o
retorno das aulas o mais rapidamente, fizemos uma denúncia no Ministério
Público do Trabalho (MPT) para que a Semec compre equipamento individual, coloque
a estrutura necessária, faça o arejamento das salas, como está nas diretrizes e
a Semec divulgou, eles nem responderam o MPT”, finalizou o servidor público.
A Secretaria Municipal de Educação foi consultada, porém
revelou que não irá se manifestar a respeito da greve.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
Alunos prejudicados
O diretor do Sindserm lamentou que a decisão da Prefeitura
prejudique o processo de aprendizado dos alunos, afetados desde o ano passado
pelo afastamento dos alunos das salas de aula. “Estamos preocupados por que
temos um período de pandemia que vamos precisar recuperar, as crianças tiveram
um prejuízo e não dá para os professores e as mães sustentarem a educação, a
gente paga internet, as mães não são professoras, a gente paga do próprio bolso
a energia, tivemos que comprar smartphone, notebook, a Prefeitura economizou,
não concedeu reajuste em 2021 e agora não quer pagar o deste ano”, concluiu o
diretor do Sindserm.
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