Você anda pelo Centro de Teresina e, sem querer, alguém esbarra em você. Segundos depois, você dá falta do celular ou da carteira e, quando vai ver, aquela pessoa que lhe deu o encontrão simplesmente sumiu. A cena infelizmente já se tornou bastante comum para quem circula pelas ruas do centro da capital, principalmente neste período de compras de fim de ano. Todo teresinense conhece alguém que já foi vítima de algum lanceiro.
Lanceiros são pessoas que cometem roubos e furtos se aproveitando de momentos de descuido das vítimas. Os famosos “batedores de carteira” parecem se multiplicar pelo Centro de Teresina nesta época do ano. Em geral eles agem em grupos e o que chama a atenção é que muitos são pessoas da mesma família que se especializam em roubar.
Em conversa com a reportagem de O Dia, o agente de Polícia Civil, Nonato Martins, diz que lanceiro se tornou uma espécie de profissão que passa de mãe para filha.
Segundo Nonato, 90% dos lanceiros que atuam no Centro de Teresina vem do Maranhão e até do Ceará. Eles costumam se concentrar no trecho que vai da Praça Saraiva até o Mercado Velho, preferindo locais de aglomeração perto de bancos e paradas de ônibus. Os lanceiros também sempre andam em grupos formados, em geral, por dois homens e uma mulher. Elas que roubam as vítimas se aproveitando da situação criada pelos comparsas.
“Eles não escolhem as vítimas, mas observam as oportunidades que as pessoas dão. Um chega e dá um empurrão para as lanceiras meterem a mão na bolsa e levar o que tem dentro. Por que andam sempre dois homens e uma mulher? Porque eles dão cobertura se alguém perceber e vir para cima”, explica o agente Nonato.
O que fazer para não ser vítima de lanceiros no Centro de Teresina?
A dica é simples: não deixe à mostra aquilo que tem. Se os lanceiros virem algum objeto de valor sendo guardado ou na mão, eles vão dar um jeito de abordar. O agente Nonato Martins dá mais orientações:
“Lanceiros afastam clientes do Centro”, afirma Sindilojas
Todo final de ano é marcado pelo aumento do movimento de gente no Centro comercial de Teresina. Onde há mais circulação de bens e de pessoas, há grupos de lanceiros esperando para agir. O problema é que a presença desses criminosos acaba por inibir a ida do teresinense ao Centro. Com medo da falta de segurança, as pessoas preferem fazer compras em lojas de bairros ou até mesmo na internet.
Isso tem preocupado os lojistas do Centro. O presidente do Sindilojas, Tertulino Passos, afirma que o déficit no policiamento facilita a ação dos lanceiros.
“Já virou até rotineira a presença dos lanceiros que realizam ataques coordenados, se aproveitando do fluxo de pessoas. Muitos clientes deixam de comprar no Centro por medo de assaltos ou de furtos ao transitarem de uma loja para a outra”, afirma Tertulino.
O Sindilojas cobrou mais policiamento e patrulhamento no Centro de Teresina além de ações de combate ao crime nos polos comerciais da capital.
Polícia reforçou efetivo
Na semana passada, a Polícia Militar deflagrou a operação Fim de Ano para reforçar o policiamento nas ruas do Centro de Teresina principalmente em horário comercial quando há maior fluxo de pessoas. A ação visa intensificar o patrulhamento nas proximidades das praças e paradas de ônibus e nos corredores de lojas, com atenção especial à ação dos lanceiros.