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Barras

Vítima de feminicídio em Barras sofria agressões do companheiro e morreu asfixiada

Suspeito do crime estava deitado ao lado do corpo da vítima, embriagado. Ele foi preso em flagrante

15/07/2024 às 16h04

Maria da Cruz Monte e Sousa, encontrada morta dentro de casa na manhã de domingo (14), em Barras, foi vítima de feminicídio. De acordo com informações apuradas pelo O Dia, a mulher sofria constantes agressões por parte do companheiro, que não teve a identidade revelada. O homem estava deitado ao lado da vítima, embriagado, quando o corpo foi localizado. Ele foi preso em flagrante e encaminhado à Esperantina, onde passará por audiência de custódia. 

Maria da Cruz Monte foi morta a pancadas pelo companheiro em Barras - (Reprodução/Redes Sociais) Reprodução/Redes Sociais
Maria da Cruz Monte foi morta a pancadas pelo companheiro em Barras

Segundo o delegado Célio Benicio, da Polícia Civil do Piauí, a mulher foi morta a pancadas e por asfixia. “A vítima foi encontrada já sem vida e o algoz deitado ao lado do corpo, como se nada tivesse acontecido. Ele apresentava muitos sintomas de embriaguez. Verificamos no local que não foi utilizada arma de fogo nem arma branca. Aparentemente, a vítima foi ceifada com pancadas e também por asfixia”, disse.

À polícia, testemunhas relataram que a mulher chegou a buscar ajuda psicológica devido ao histórico de agressões. “As informações iniciais dão conta de que a senhora era vítima de violência por parte do companheiro. Testemunhas próximas ao casal relataram que que ela tentou buscar auxílio algumas vezes, inclusive psicológico, mas não há registros da violência sofrida na delegacia de polícia da cidade”, acrescentou.

Delegado Célio Benício, da Polícia Civil do Piauí - (Jailson Soares/ODIA) Jailson Soares/ODIA
Delegado Célio Benício, da Polícia Civil do Piauí

O delegado chamou atenção para a importância da denúncia, destacando que, muitas vezes, a falta de registro de agressões sofridas por mulheres impossibilita que a polícia tome conhecimento do caso e haja antes que o feminicídio aconteça. “Na maioria dos casos, constatamos que a vítima não procurou a polícia para pedir ajuda, o que resulta em mais uma vida sendo ceifada. É lamentável”, apontou Benício.

A polícia orienta que as mulheres, diante de qualquer tipo de violência, até mesmo verbal, procurem ajuda. “O companheiro não é para ofender e violentar. No primeiro sinal de violência, pedimos que as mulheres procurem a família e peçam medidas protetivas. Saiam de casa, pois pode acontecer uma situação como essa. O pedido de ajuda é algo que fortalece a segurança da mulher”, completou.

Como denunciar casos de violência doméstica no Piauí?

Casos de violência contra a mulher não podem e não devem ficar impunes, sendo a denúncia uma ferramenta fundamental para romper o ciclo de abusos e oferecer apoio às vítimas antes que agressões se transformem em assassinatos.

Hoje o Piauí conta com 23 unidades de polícia voltadas ao atendimento de mulheres em situação de vulnerabilidade ou vítimas de violência doméstica. Em todos os casos, é importante que as mulheres vítimas de violência procurem a delegacia especializada mais próxima para fazer sua denúncia e evitar que os agressores fiquem impunes.

A rede de apoio para os atendimentos incluem o Disque 100; Disque 190 (Polícia Militar), o aplicativo Salve Maria e o site da Polícia Civil para casos de denúncias anônimas. Há ainda a Patrulha Maria da Penha, a Guarda Maria Penha e o WhatsApp "Ei, Mermã" pelo telefone 0800 0001673.

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