O Piauí deve enfrentar temperaturas acima da média e um volume de chuvas abaixo do normal até o mês de julho, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). A análise é fruto de uma parceria com centros de meteorologia do Nordeste e considera dados de órgãos como o INMET, CPTEC/INPE e FUNCEME.

A maior preocupação está no norte do estado, onde normalmente ainda ocorrem chuvas nessa época do ano. Com a redução dos volumes previstos, setores como a agricultura, o abastecimento de água e a produção rural podem ser diretamente afetados. No sul piauiense, que já atravessa o período seco, os baixos índices devem se manter.

A climatologista Sara Cardoso, da Semarh, explica que o cenário é influenciado por anomalias nas temperaturas dos oceanos, como o aquecimento no Atlântico equatorial e uma condição de neutralidade da La Niña no Pacífico. "Isso prejudica a formação de sistemas que provocam chuva no norte do estado", afirma.

O calor intenso também preocupa. No semiárido do sul do estado, as temperaturas máximas podem ultrapassar os 34°C, agravando os efeitos da seca. A orientação é que população e gestores públicos redobrem a atenção ao consumo de água e acompanhem os próximos boletins.

A previsão climática é semelhante em outros estados do Nordeste, com chuvas escassas em boa parte da região. Somente o litoral leste nordestino pode ter chuvas mais próximas da média histórica.

A Semarh reforça a necessidade de ações de adaptação e planejamento, especialmente em áreas mais vulneráveis, para minimizar os impactos da estiagem prolongada.