Uma das grandes apostas para o futuro da energia no Piauí é o hidrogênio verde, um vetor energético promissor que pode ampliar ainda mais a participação do estado na transição energética global. De acordo com as informações, o estado está na fase final de licenciamento para implantação das primeiras indústrias voltadas à produção dessa matriz energética, que será um dos pilares da transição energética global.

O governador do Piauí, Rafael Fonteles, destaca que a estratégia do governo é aproveitar o vasto potencial do Piauí em fontes renováveis, como energia solar e eólica, para viabilizar os projetos voltados à produção de hidrogênio verde e amônia no estado.
“O principal vetor para a descarbonização é o hidrogênio verde, já consagrado no mundo, produzido a partir de energia limpa. O Piauí é destaque global nesse setor, sendo o terceiro maior produtor de energia solar e eólica do Brasil, com uma geração sete vezes maior do que o consumo estadual. Agora, estamos avançando na implementação dessa nova matriz energética. O processo exige uma série de licenciamentos, e já estamos na última etapa”, disse o governador.
Recentemente, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Parnaíba, no litoral do estado, recebeu sinal verde para avançar com investimentos no setor. A empresa Solatio investirá cerca de R$ 27 bilhões na produção de hidrogênio verde e amônia, com capacidade anual de 3 GW de potência.
“Agora, precisamos da autorização do Operador Nacional do Sistema Elétrico para a conexão. Só uma dessas indústrias consome mais energia do que todo o Piauí. Isso mostra o potencial do estado para liderar a transição energética”, relata.
Especialistas destacam importância do vetor energético
Ao O Dia, professor do curso de Engenharia Elétrica e Pró-reitor de Planejamento da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Marcos Lira, destacou que o estado tem potencial para se destacar nesse setor.
“Acho que o próximo passo, o estado do Piauí já é competitivo, mas ele consegue avançar mais na medida que a gente tiver os projetos de hidrogênio verde implementados no estado. E para produzir hidrogênio verde eu preciso de energia solar, de energia eólica, eu preciso que seja uma fonte renovada para produzir esse hidrogênio. Acho que o que está faltando para a gente dar esse ganho de competitividade é a chegada desses novos hubs de hidrogênio verde aqui no Piauí”, aponta Marcos Lira.
O vice-presidente de Energias Renováveis da Investe Piauí, Ricardo Castelo, reforça que o governo está de olho nessa oportunidade e continua trabalhando para atrair mais empresas interessadas em investir no vetor energético.
“Temos dois grandes projetos, um da Solatio e outro da Green Energy Park, eles são talvez os dois maiores projetos a médio prazo a serem constituídos aqui no estado do Piauí. O que vemos, e nisso já a questão de um ponto interessante, é que recentemente foi aprovado na ZPE de Parnaíba o projeto da Solatio. Significa dizer que o projeto vai estar sendo executado e dar força para que os demais projetos sejam mais acreditados tanto pelo Governo Federal como pela sociedade. Estamos saindo de algo imaginado para algo que já está começando a ser realizado”, concluiu.