Acontece nesse próximo domingo (05), o Concurso Público Nacional Unificado (CNU), conhecido como o Enem dos Concursos. O concurso foi criado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e tem como objetivo a unificação de vagas para o recrutamento e a seleção de servidores públicos federais para diferentes órgãos e entidades públicas do Governo Federal.
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Aplicada em 228 munícipios por todo o país, o CNU oferecerá 6.640 vagas para 21 órgãos da Administração Pública Federal. Para o bloco de nível médio (bloco 8), os candidatos farão 20 questões objetivas de múltipla escolha, além de uma redação no modelo dissertativo-argumentativo, no qual o candidato precisa se posicionar e defender uma tese.
Faltando apenas dois dias para a prova, muitos candidatos ainda têm dúvidas sobre o modelo de redação exigido no concurso e as principais dicas para construir um bom texto. Em entrevista ao O DIA, o professor de Língua Portuguesa Literatura, Francisco Rufino, explica que, apesar de ter algumas diferenças básicas entre os dois modelos de redação, a experiência com o Enem tradicional, por exemplo, pode ser um ponto positivo para quem quer escrever um bom texto no CNU.
“Se esse estudante concurseiro já vem tendo a pegada do modelo da redação do ENEM, em que ele tem que começar com um repertório sociocultural, relacionar com a frase-tema e delimitar os argumentos que vai defender, que ele siga nesse ritmo. Porque a redação dissertativa do Bloco 8 é, sim, muito semelhante à redação do ENEM. De modo que é exigido, inclusive no ENEM, que no último parágrafo, a conclusão dele seja uma proposta de intervenção bem desenvolvida. O CNU vai pedir do mesmo jeito do ENEM? Não, mas você pode fazer uma proposta de intervenção. Então, enquanto que o ENEM exige, o CNU vai permitir que você faça isso”, destaca.
De acordo com o professor, é preciso que os candidatos fiquem atentos aos modelos exigidos durante o concurso. Para aqueles que selecionaram os blocos de nível 1 a 7, o modelo exigido é uma prova discursiva, em que o candidato terá que discorrer sobre conteúdos de conhecimentos específicos de cada bloco temático.
“Do Bloco 1 ao 7 é prova discursiva. O que é que é isso? O candidato vai discorrer tecnicamente em torno de 7 a 10 linhas, sobre uma pergunta inerente ao conteúdo, à sua profissão, ao cargo que ele vai exercer. Então prova discursiva é como se você fosse responder uma prova subjetiva lá na escola, no ensino médio ou no seu curso superior, entende? Então não confundir prova discursiva com redação dissertativa argumentativa. Em resumo, o Bloco 8 vai ser, sim, muito semelhante à prova do ENEM”, diferencia.
Sobre os possíveis temas que poderão cair na redação, o professor afirma que há grandes chances do CNU abordar temas de pautas sociais, assim como o Enem. “Na redação do ENEM, a frase-tema é sempre uma afirmação categórica de algo que não vai bem, no eixo social principalmente. O ENEM adora trabalhar com os grupos que são segregados por alguma política pública que não chega até eles. E de modo que o CNU também vai fazer isso. Então vai ser muito semelhante o tema. É arriscado que o CNU utilize um tema interrogativo, em forma de pergunta. Mas que o foco vai ser alguma mazela social, disso eu não tenho dúvida”, afirma o professor Francisco Rufino.
O professor faz ainda um alerta sobre os erros que podem levar o candidato a zerar a redação. Por exemplo, escrever receitas de bolo, de macarrão instantâneo ou hinos de futebol, podem fazer com que o concurseiro seja penalizado com a nota mínima. Além disso, fugir do tema, assinar ou desenhar na folha de redação também podem levar o candidato a ter a nota zerada.
“Na prova de redação, estão escritas de sete a oito regras ou orientações, que se o candidato seguir antes de fazer a redação, com certeza ele não vai zerar a redação. Outro ponto é ficar muito atento ao número de linhas exigida. No ENEM o mínimo é oito, acredite que no CNU também vai seguir esse plano. E a máxima, trinta. Então, o ideal, para que uma redação seja bem aproveitada, essa redação deve estar entre vinte e vinte e cinco linhas. O candidato tem que estar bastante antenado com a frase tema para que ele leve as palavras-chave para dentro da redação dele. Caso ele não leve, a banca vai entender que ele fugiu, então ele vai zerar”, destaca.
Mas, afinal, é possível se preparar faltando apenas dois dias para o concurso? Para o professor Francisco Rufino, isso vai depender do perfil do aluno. Se o candidato está acompanha discussões sobre temas sociais relevantes e está informado sobre o que acontece no país, provavelmente, ele poderá ter um bom desempenho na redação.
“Vai depender de quem é o candidato. Se o candidato é um cara de uma boa base, a leitura dele está em dia, é muito informado, é antenado com tudo que acontece, é um leitor voraz, é bem natural que ele se dê bem em uma redação. Mas te digo, em dois dias, é bem provável que você não tenha a capacidade, as sinapses mentais necessárias para fazer uma prova. Imagina uma pessoa que não treina nada, não resolve questão nenhuma da banca e não se prepara psiquicamente, emocionalmente para aquilo, em dois você acha que ele vai se dar bem? Isso é contar com a sorte. Concurso público não é sorte, concurso público é preparação, é prática”, finaliza.
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