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Inflação: mudanças climáticas elevam custos de alimentos e energia elétrica no Brasil

As mudanças climáticas estão cada vez mais presentes no dia a dia dos brasileiros, e seus impactos já são sentidos diretamente nos preços dos alimentos e da energia elétrica. A combinação de calor extremo e secas prolongadas afeta tanto a produção agrícola quanto o abastecimento de água nas hidrelétricas, o que gera um cenário de alta na inflação. Em setembro de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, registrou um aumento de 0,44%, o maior para o mês desde 2021.

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Brasil vive alta na inflação devido a mudanças climáticas

Um dos principais responsáveis por essa alta foi o aumento de 5,36% nas tarifas de energia elétrica residencial. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou a bandeira tarifária vermelha devido à seca severa, que reduziu o nível dos reservatórios das hidrelétricas, forçando a utilização de energia mais cara, como a termelétrica. A cobrança adicional nas contas de luz passou para R$ 7,87 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos.

Esse cenário está diretamente ligado à escassez de chuvas em regiões estratégicas, principalmente no Centro-Oeste e Sudeste, onde se concentram as principais usinas hidrelétricas do país. A falta de chuvas tem diminuído o volume de água nos rios e reservatórios, elevando o preço de referência da energia e gerando um risco hidrológico que pressiona ainda mais as contas de luz das famílias.

Alimentos mais caros com as mudanças climáticas

Além da energia, a alimentação também está sentindo o impacto do clima. Em setembro, o grupo de Alimentação e bebidas voltou a subir 0,50%, após dois meses de queda. A estiagem prolongada que afeta o Brasil tem prejudicado lavouras e rebanhos, o que acaba diminuindo a oferta de produtos e elevando os preços. A produção de carne bovina, frutas como laranja e mamão, e outras culturas importantes foi diretamente afetada pelas condições climáticas adversas, como as queimadas e a seca intensa.

Assis Fernandes/ O DIA
Alimentos ficam mais caros

De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), mais de 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais foram atingidos por incêndios, resultando em um prejuízo estimado de R$ 14,7 bilhões para o setor. Esses custos são repassados aos consumidores, que se deparam com aumento no preço dos alimentos, especialmente nos produtos in natura, mais sensíveis às variações climáticas.

Especialistas alertam que os impactos das mudanças climáticas devem se intensificar nos próximos anos. O aquecimento global deve agravar as condições de seca e calor extremo. Ondas de calor cada vez mais frequentes, associadas a fenômenos como o El Niño, tendem a tornar as colheitas menos produtivas e aumentar a dependência de fontes de energia mais caras.


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