O incidente entre Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo, e José Luiz Datena, durante um debate eleitoral transmitido pela TV Cultura, gerou repercussões além do confronto físico. Após Marçal ser atingido por uma cadeira arremessada por Datena, ele foi levado ao Hospital Sírio-Libanês, onde recebeu atendimento e saiu com um boletim médico que indicava "traumatismo na região torácica e no punho direito". Contudo, a legitimidade de sua lesão foi colocada em dúvida por algumas pessoas, incluindo o médico Bruno Gino.
Gino, que é mestre pela Universidade de Ontário e especialista em Saúde Pública no Canadá, usou as redes sociais para questionar a veracidade da suposta lesão de Marçal. Segundo o médico, a pulseira que Marçal usava no hospital, que segue o Protocolo de Manchester, indicava que o caso não era grave. Ele afirmou que, diante de tais indícios, o candidato estaria simulando sua condição e sugeriu que o Código Internacional de Doenças (CID) aplicável seria o Z765, que trata de "pessoa fingindo estar doente" em uma "simulação consciente".
O que é o CID Z765?
O CID Z765 é parte da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, um sistema global que padroniza os códigos para doenças, lesões e outras condições de saúde. Esse código específico é utilizado quando um médico avalia que o paciente está simulando sintomas de uma doença ou lesão. Em outras palavras, o CID Z765 aponta que a pessoa está conscientemente fingindo estar doente ou lesada, sem apresentar evidências físicas que sustentem suas alegações.
No contexto de ambientes profissionais, a emissão de um atestado com esse código pode ter sérias consequências, como demissão por justa causa, dependendo das políticas da empresa e das circunstâncias. Isso porque a simulação de doença pode ser interpretada como uma tentativa de obter vantagens indevidas, como folgas ou afastamento do trabalho, prejudicando o bom funcionamento da organização.
Protocolo de Manchester
Outro ponto levantado por Bruno Gino foi a cor da pulseira que Marçal usava no hospital, verde, de acordo com o Protocolo de Manchester. Esse sistema de triagem é amplamente utilizado em hospitais para categorizar a gravidade dos casos e determinar a prioridade de atendimento. A pulseira verde indica que o paciente apresenta um caso de "pouca urgência" e pode aguardar até 120 minutos por atendimento ou ser encaminhado a outros serviços de saúde.
No caso de Marçal, o médico argumentou que, se a lesão fosse realmente grave, ele teria recebido uma pulseira de outra cor, sugerindo uma condição mais séria, como amarelo ou vermelho. Essa afirmação gerou debate entre os apoiadores do empresário e os críticos, já que o boletim médico emitido pelo hospital sugeria uma lesão traumática, sem maiores complicações.
A repercussão do debate
A agressão aconteceu durante um debate acirrado na TV Cultura, no qual Pablo Marçal provocou José Luiz Datena sobre uma acusação de assédio, já arquivada pela Justiça. Após uma série de insultos e provocações, Datena perdeu o controle, pegou uma cadeira e acertou Marçal. O candidato do PRTB deixou o estúdio e foi encaminhado para o hospital.
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Nas redes sociais, o caso gerou uma onda de discussões. De um lado, apoiadores de Marçal defenderam a gravidade da agressão e acusaram Datena de conduta violenta. Por outro lado, críticas surgiram sobre a possibilidade de Marçal ter exagerado na reação para tirar proveito político da situação.
O médico Bruno Gino, que se manifestou criticando a situação, levantou a questão da autenticidade da lesão, dizendo que Marçal poderia estar "fingindo" para se beneficiar da exposição midiática.
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