Os "kids pretos", como são conhecidos os integrantes das Forças Especiais do Exército Brasileiro, foram alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19). A ação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, investigou uma organização que teria planejado um golpe de Estado em 2022 e o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
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O apelido "kids pretos" é atribuído aos militares das Forças Especiais, unidade de elite do Exército formada no Comando de Operações Especiais (Copesp), com sede em Goiânia (GO). Esses militares passam por treinamentos rigorosos voltados para operações sigilosas, incluindo contraterrorismo, sabotagem e guerra irregular. Suas missões incluem infiltração em territórios inimigos e ações estratégicas em situações de risco elevado.
Na Operação Contragolpe, a Polícia Federal prendeu quatro militares associados às Forças Especiais do Exército, suspeitos de planejar atentados e articular ações para impedir a posse do presidente Lula e enfraquecer o STF. Os investigadores apontam que o grupo fazia parte de um movimento maior que buscava desestabilizar as instituições democráticas após o resultado das eleições de 2022.
Os "kids pretos" são selecionados entre militares voluntários que passam por cursos como o de Ações de Comandos e o de Forças Especiais. A formação é conduzida em centros como o Comando de Operações Especiais em Goiânia e a 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus. O nome "kids pretos" tem origem nos gorros pretos usados por esses militares, que simbolizam a unidade de elite. Desde sua criação em 1957, as Forças Especiais do Exército operam com o lema "qualquer missão, a qualquer hora, em qualquer lugar e de qualquer maneira".
Operação Contragolpe
De acordo com a PF, o plano, denominado "Punhal Verde e Amarelo", foi estruturado nos meses que antecederam a posse do governo eleito em 2022. As ações incluíam homicídios, uso de técnicas militares avançadas e a criação de um "Gabinete Institucional de Gestão de Crise" para consolidar o golpe.
A investigação revelou que o grupo pretendia executar as ações em 15 de dezembro de 2022, antes da posse presidencial. Documentos apreendidos indicam monitoramento contínuo das autoridades-alvo, detalhamento dos recursos humanos e bélicos necessários, e estratégias para o controle do Estado após o golpe.
Além das prisões, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares, como a proibição de contato entre os investigados e a suspensão do exercício de funções públicas. O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados nas localidades de Goiás, Amazonas, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
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