O mundo atingiu mais um marco preocupante no que diz respeito ao aquecimento global: junho de 2024 foi o mais quente já registrado na história. Este é o 13º mês consecutivo em que a temperatura média global bate recordes, segundo dados da Agência Climática Copernicus, uma instituição europeia especializada no monitoramento das mudanças climáticas.
O professor Rafael Marques, Mestre em Estudos Regionais e Geoambientais e doutorando em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais, explica que a temperatura média dos últimos meses foi 1,5 °C acima da média da era pré-industrial. Em termos simples, isso significa que o planeta está consistentemente mais quente do que era antes da Revolução Industrial, que começou no final do século XVIII.
"Isso indica claramente a emergência climática que estamos vivenciando e a necessidade urgente de políticas públicas para atenuar esse aumento", afirmou o professor.
Os dados mostram que o clima está mudando rapidamente. Na Europa, por exemplo, vários países registraram temperaturas acima de 50°C, algo que antes era raro. O ano de 2023 foi o mais quente já registrado e 2024 está a caminho de ser ainda mais quente.
O aumento das temperaturas não só afeta diretamente o clima, mas também a superfície dos oceanos, que têm registrado temperaturas recordes. "O aquecimento dos oceanos impacta a atmosfera e exacerba fenômenos climáticos extremos, como furacões e tempestades", explicou.
Os gráficos que acompanham esses dados mostram que a partir dos anos 2000, houve um aumento significativo na temperatura média global, rompendo o equilíbrio observado nas décadas anteriores. Fenômenos naturais como o El Niño, que aumentam temporariamente as temperaturas, estão se tornando mais intensos devido às atividades humanas que emitem gases de efeito estufa.
A principal causa do aquecimento global, todavia, é a emissão de gases de efeito estufa, resultantes das atividades humanas. "Estamos vivendo um período crítico, e se não agirmos rapidamente para reduzir as emissões de poluentes, as previsões para os próximos 30 anos não são nada positivas", afirmou.
A urgência de ações mais concretas para mitigar o problema é evidente. Com o aumento das temperaturas, o mundo se aproxima dos limites estabelecidos pelo Acordo de Paris, que visa manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C.
“Cada mês que passa com temperaturas recordes nos afasta desse objetivo e coloca em risco o futuro do planeta. Precisamos de políticas públicas eficazes para mitigar essas mudanças climáticas. O Brasil tem sido um modelo positivo em algumas áreas, mas é necessário um esforço global. Países desenvolvidos e grandes emissores de poluentes precisam adotar medidas rigorosas para controlar suas emissões e cumprir os acordos internacionais, como o Acordo de Paris", disse Marques.
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