O senador piauiense Marcelo Castro (MDB) comentou a operação da Polícia Federal que mira nos financiadores e organizadores dos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Na lista de investigados da PF estão militares e o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação da polícia visa basicamente apurar a existência de uma organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado.
Marcelo Castro participou nesta manhã da assinatura do contrato para recebimento pelo Piauí dos recursos do Orçamento Geral da União. O montante soma, no total, R$ 986,5 milhões.
Para o senador piaueinse, os atos de 8 de janeiro foram um atentado muito grande à democracia brasileira e quem neles esteve envolvido não merece perdão.
Marcelo Castro lembrou o curso da história para a implantação de um regime democrático no país e disse que a “luta foi muito grande”, o que justifica condenar quem ou qualquer ato que coloque a democracia em risco. “Todos aqueles que trabalharam contra a democracia, os que planejaram, os que financiaram, todos devem ser alcançados com o rigor da lei. O que tiver escrito no código penal eu defendo que seja aplicado”, finalizou o parlamentar.
Entre os investigados na Operação Tempus, da Polícia Federal, estão o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno Ribeiro Pereira; o ex-ministro da Casa Civil, general Walter Souza Braga Neto; e o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
A ação cumpre 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva, além de 48 medidas cautelares que incluem a proibição de manter contatos com outros investigados, a proibição de se ausentar do país com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e a suspensão do exercício de funções públicas.
As medidas judiciais foram expedidas pelo ministro do STF, Alexandre de Morais. Entre elas está a de apreender o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro. É que no relatório que embasou a Operação Tempus, a Polícia Federal explicou que o endereço de campanha de Bolsonaro, financiado pelo PL, foi usado para discutir minuta do decreto golpista.
No relatório consta ainda que o PL, partido de Bolsonaro, sofreu uma “instrumentalização” durante as eleições de 2022 para financiar a estrutura de apoio à invalidação da vitória do presidente Lula. O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, foi preso nesta manhã (08).