O mês de maio está chegando ao fim e, com ele, o período chuvoso no Piauí. A partir de agora, a população pode se preparar para dias mais quentes. No entanto, o calor tende a ser ainda maior do que o esperado. De acordo com projeções do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), algumas regiões do estado podem registrar um aumento de até 2 ºC nas temperaturas nos meses de junho, julho e agosto, que antecedem o famoso B-R-O Bró.
“O período chuvoso acabou oficialmente. Ainda teremos nebulosidade e algumas chuvas isoladas no litoral, mas a tendência é que elas diminuam bastante. Embora seja possível ter chuva em todos os meses do ano, essa condição passa a ser aleatória e às vezes insignificante do ponto de vista das medições. Com isso, a temperatura tende a crescer muito, especialmente no Sul, no Cerrado e no Sertão do Piauí”, explica Werton Costa, climatologista e diretor de Prevenção e Mitigação da Defesa Civil do Piauí.
Municípios da região sul do estado, por exemplo, já estão registrando aumento na temperatura. Segundo levantamento divulgado pelo INMET na quinta-feira (31), das 10 cidades mais quentes do Brasil, três estão no sul do Piauí: São João do Piauí, Oeiras e Alvorada do Gurguéia, que registraram, respectivamente, 37.6ºC, 36.4ºC e 35.9ºC.
De acordo com o especialista, esse aumento médio na temperatura ocorre devido à transição do El Niño para La Niña, que são fenômenos climáticos influenciados pelas temperaturas da superfície do mar no Oceano Pacífico Equatorial. Embora haja um período neutro entre os dois fenômenos, essa transição torna o ar relativamente mais seco, possibilitando o aumento da temperatura.
Piauí terá onda de calor?
Werton Costa explica que ondas de calor não acontecem no Piauí. O fenômeno é caracterizado por um aumento de até 10 graus na temperatura média, o que ainda não foi registrado no estado. “Esse fenômeno é comum nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, onde as temperaturas sobem quase dez dezenas acima da média climatológica. Isso nunca foi registrado no Piauí”, esclarece.
No entanto, o estado, que já é quente por natureza, tende a acompanhar as altas temperaturas que ocorrem em todo mundo, em virtude das mudanças climáticas.
"2023 foi o ano mais quente já registrado na história. Há tendências que 2024 possa ter essa mesma condição”.
O que fazer em caso de altas temperaturas?
As mudanças climáticas já são uma realidade em todo o mundo. Ondas de calor, chuvas excessivas, secas e outros eventos extremos têm levado à morte de pessoas, animais e perdas materiais bilionárias. Episódios recentes como as enchentes no Rio Grande do Sul e a onda de calor que atinge a Índia são exemplos práticos de como o clima pode impactar drasticamente a sociedade.
Em caso de altas temperaturas, o Ministério da Saúde reforça medidas importantes, principalmente quanto à hidratação. De acordo com a pasta, a ingestão de água é fundamental porque o nosso corpo precisa de líquido para manter a temperatura ideal de funcionamento. O uso do filtro solar também é essencial. Ele deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição ao sol para que seja absorvido e deve ser reaplicado a cada duas horas em que permanecer ao sol.
As orientações são para toda a população. Porém devem observar as dicas principalmente os idosos, crianças, mulheres grávidas, pessoas doentes ou acamadas, além de outros vulneráveis. Idosos e crianças, por exemplo, têm muita dificuldade de reconhecer a sede. Por isso, é necessário oferecer água com muito mais frequência a eles.
Confira as orientações a seguir:
Proteja-se do sol e do calor
- Evite a exposição direta ao sol, em especial, de 10h às 16h;
- Se expor ao sol sem a proteção adequada contra os raios ultravioleta deixa a pele vermelha, sensível e até com bolhas. Use protetor solar;
- Use chapéus e óculos escuros (especialmente pessoas de pele clara);
- Proteja as crianças com chapéu de abas;
- Use roupas leves e que não retêm muito calor;
- Diminua os esforços físicos e repouse frequentemente em locais com sombra, frescos e arejados;
- Em veículos sem ar-condicionado, deixe as janelas abertas;
- Não deixe crianças ou animais em veículos estacionados.
Reforçar a hidratação
- Aumente a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;
- Evite bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar;
- Faça refeições leves, pouco condimentadas e mais frequentes.
- Recém-nascidos, crianças, idosos e pessoas doentes podem não sentir sede. Ofereça-lhes água.
Cuidados em casa
- Se possível, feche cortinas e/ou janelas mais expostas ao calor e facilite a circulação do ar;
- Abra as janelas durante a noite;
- Utilize menos roupas de cama e vista-se com menos roupas ao dormir, sobretudo, em bebês e pessoas acamadas;
- Informe-se periodicamente sobre o estado de saúde das pessoas que vivem só, idosas ou com dependência que vivam perto de si e ajude-as a protegerem-se do calor;
- Mantenha ambientes úmidos com umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água.
Cuidados com a saúde
- Mantenha medicamentos abaixo de 25º C na geladeira (ler as instruções de armazenamento na embalagem);
- Procure aconselhamento médico se sofrer de uma doença crônica condição médica ou tomar vários medicamentos;
- Busque ajuda se sentir tonturas, fraqueza, ansiedade ou tiver sede intensa e dor de cabeça;
- Se sentir algum mal-estar, busque um lugar fresco o mais rápido possível e meça a temperatura do seu corpo e beba um pouco de água ou suco de frutas para reidratar;
- No período de maior calor, tome banho com água ligeiramente morna. Evite mudanças bruscas de temperatura.
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