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Trabalhadores da limpeza urbana de Teresina paralisam atividades nesta segunda (04)

Os trabalhadores da limpeza urbana de Teresina paralisaram suas atividades na manhã desta segunda-feira (04) reivindicando o pagamento de salários atrasados e de adicionais de insalubridade por parte da empresa Aurora Recicle. A empresa foi contratada em caráter emergencial pela Prefeitura de Teresina para prestar serviços de coleta de resíduos urbanos enquanto segue suspensa a licitação para contratar uma empresa para o setor.

De acordo com Jonathas Miranda, presidente da Seeacep (Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Piauí), o setor da limpeza urbana emprega atualmente 1.600 trabalhadores. A categoria se reúne em diversos pontos de apoio espalhados pela cidade e devem retornar aos postos de trabalho somente no final da manhã.

Divulgação/PMT
Trabalhadores da limpeza urbana de Teresina paralisam atividades nesta segunda (04)

No momento, o setor de limpeza urbana de Teresina está sendo operado por uma empresa contratada em caráter emergencial devido à suspensão da licitação de R$ 1,6 bilhão para contratação de um ente que seria responsável pelo serviço de coleta e transporte de resíduos urbanos. A decisão da Prefeitura de suspender o processo licitatório pela terceira vez ocorre após o Tribunal de Contas do Estado recomendar a suspensão.

Após a suspensão, a expectativa é que o processo licitatório deva ser tocado apenas na gestão do próximo prefeito, Silvio Mendes. O contrato emergencial deve encerrar no final deste ano.

A reportagem de O Dia está tentando contato com representantes da Semduh (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação) para se manifestar sobre a paralisação dos servidores da limpeza urbana. Em nota, a Secretaria esclareceu que não há pendências salariais para os servidores e que, no entendimento da atual gestão, a categoria não se enquadra nas condições para recebimento do adicional de insalubridade.

Jailson Soares/O Dia
Trabalhadores da limpeza urbana de Teresina paralisam atividades nesta segunda (04)

Categoria rebate alegação da Prefeitura sobre insalubridade

Em conversa com a reportagem de O Dia, Jonathas Miranda, presidente da Seeacep, rebateu a alegação da Prefeitura de Teresina de que o serviço de capina, varrição, limpeza e coleta de lixo na capital não é insalubre e que, portanto, não se justifica o pagamento da insalubridade. De acordo com ele, a categoria tem laudos periciais que atestam a insalubridade do serviço. Jonathas destacou ainda a jornada de trabalho dos coletores de lixo urbano.

“Normalmente o caminhão de coleta sai com três coletores, mas a empresa reduziu para dois. Com três coletores dava para fazer o rodízio, mas com dois, a jornada fica exaustiva. Os coletores saem 6h todos os dias com os caminhões e trabalham até as 23h. Quando dá no dia seguinte, 6h, já tem que se apresentar de novo. Passar o dia correndo no sol, recolhendo lixo não insalubre?”, questiona o presidente da Seeacep.

Jailson Soares/O Dia
Jonathas Miranda é presidente da categoria dos trabalhadores da limpeza urbana de Teresina

A categoria paralisou as atividades por três horas nesta segunda e não descarta a deflagração de greve por tempo indeterminado caso não haja uma resolução entre a empresa que opera o serviço e a prefeitura. O Seeacep informou que dará um prazo de 25 dias para a realização de uma nova assembleia onde será discutida a paralisação por tempo indeterminado.


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