O jovem João Oliveira Antunes Neto, de 20 anos, natural do município de Dirceu Arcoverde, foi preso na quarta-feira (28) após ser condenado a 11 anos e 6 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). João, que trabalha como barbeiro, foi acusado de participar dos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano e resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
A prisão foi realizada pela Polícia Civil do Piauí, em cumprimento a um mandado expedido pelo Ministro Alexandre de Moraes. De acordo com o delegado Herdeson Bernardo, João foi encontrado em sua residência, onde vivia com os pais, e usava uma tornozeleira eletrônica no momento da prisão. Ele foi levado para a Delegacia de Polícia Civil em São Raimundo Nonato, onde permanece à disposição da justiça.
João já havia cumprido 11 meses de prisão antes da condenação. Em depoimento, o jovem afirmou que, no dia dos atos, estava apenas com uma bandeira do Brasil, participando da manifestação. “Ele foi preso no final da tarde de ontem. AInda hoje, será levado para audiência de custódia em São Raimundo Nonato, em que o juiz decidirá para onde ele será encaminhado”, afirma o delegado.
O barbeiro foi condenado por três dos cinco crimes pelos quais foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR): abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, e associação criminosa armada. Ele foi absolvido das acusações de dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.
O que foram aos atos do 8 de janeiro?
Os atos do 8 de janeiro de 2023 foram uma série de ataques violentos realizados por manifestantes em Brasília, a capital do Brasil. Neste dia, grupos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes: o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF), e o Palácio do Planalto, onde está localizada a Presidência da República.
Os manifestantes não aceitaram o resultado das eleições presidenciais de 2022, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil. Eles alegavam, sem evidências, que houve fraude nas eleições e exigiam uma intervenção militar para reverter o resultado. Durante os ataques, os invasores destruíram móveis, obras de arte, documentos, e instalações dos prédios públicos, causando grandes danos materiais.
Os atos foram amplamente condenados no Brasil e internacionalmente como uma tentativa de golpe de estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Em resposta, as autoridades brasileiras prenderam centenas de pessoas envolvidas nos ataques, e os responsáveis por organizá-los e incentivá-los foram processados. O evento gerou debates sobre a preservação da democracia e a necessidade de combater a desinformação e o extremismo político no país.