Faltando dois meses para o fim do ano de 2024, muitos trabalhadores já começam a receber o tão aguardado 13º salário. Este direito foi instituído no país em 1962, por meio da Lei nº 4.090, e sancionada pelo então presidente João Goulart. O principal objetivo é oferecer um suporte financeiro extra aos trabalhadores para enfrentar despesas de fim de ano, como festas e compras natalinas ou para quitar dívidas.
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A 1° parcela é paga até o dia 30 de novembro e não tem descontos, ou seja, são 50% dos ganhos atuais. Da segunda parcela, paga até dia 20 de dezembro, é deduzido o Imposto de Renda (IR) e feito o recolhimento ao INSS, sendo, assim, um percentual menor. Mas, afinal, o que fazer ao receber o pagamento do 13º salário? Como utilizá-lo de maneira estratégica e assertiva?
Segundo levantamento da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias chegou a 50,3% do total de endividados para o mês de setembro deste ano - o maior percentual desde fevereiro de 2018. Para mudar essa realidade, é preciso adotar algumas ações que mudem esse “modo”, assumindo uma postura de comando na forma de pensar e sendo mais consciente.
Utilizar o 13º salário estrategicamente é, conforme o economista, a melhor maneira de evitar dívidas que podem virar uma bola de neve, além de ser uma alternativa para quem está em busca de estabilizar os gastos. “A falta de conhecimento para o uso do 13º salário pode colocar a saúde financeira em risco e desestabilizar o planejamento das pessoas para o ano seguinte. Quando temos um dinheiro a mais no bolso, surgem estímulos ao consumo, propagandas emotivas, pressões sociais, e isso nos afetam negativamente”, destaca.
Fernando Galvão ressalta ainda que utilizar as parcelas do 13º salário para o pagamento de dívidas, ou a realização de novas compras, desde que sejam oferecidos descontos, é uma excelente opção, afinal, isso proporciona menores taxas de juros, tanto no presente como no futuro.
Investindo o 13º salário
Já para aqueles que não estão com tantas dívidas assim e desejam aproveitar esse valor recebido para aumentar sua renda, a dica do economista é investir o 13º salário em algum tipo de aplicação. Contudo, é necessário conhecer sobre as principais modalidades e quais apresentam rendimentos atrativos.
“Essa é uma opção que depende de um planejamento feito anteriormente e a maioria das pessoas não consegue fazer. A renda média dos brasileiros é baixa e isso dificulta a formação de poupança para investimento, enquanto os gastos com itens essenciais consomem a maioria do orçamento doméstico. Para quem planejou, teve disciplina e no final de ano terá uma disponibilidade financeira para fazer aplicações, é preciso uma dose de autoconhecimento para fazer essa ‘sobra de caixa’ ser investida em coisas que tenham sentido”, reforça Fernando Galvão.
O economista lembra que o desenvolvimento de habilidades e competências ligadas a áreas de interesse que gerem fontes de rendas futuras deve estar na lista de prioridades. Isso significa investir na formação de um fundo de reserva para investimentos de emergência de saúde, de vida, residencial.
“Esse valor não é para usar, é para deixar guardado para emergências. Uma dica são os investimentos em ativos conservadores, que proporcionam bons retornos, como títulos do tesouro direto”, conclui o economista.
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