O debate sobre escalas de trabalho ganhou destaque recentemente, após a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) para abolir a escala 6×1, que prevê seis dias de trabalho consecutivos com apenas um de descanso. Esta proposta está ainda em fase inicial, aguardando as 171 assinaturas para tramitação na Câmara dos Deputados. Até o momento, conta com a adesão de mais de 100 deputados federais.
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A CLT permite que cada setor ajuste a escala de trabalho de acordo com suas demandas, desde que respeite a legislação trabalhista. No Brasil, as escalas mais comuns são a 6x1 e a 5x2. No modelo 6x1, o trabalhador cumpre seis dias de trabalho seguidos e tem direito a uma folga semanal. Já no modelo 5x2, o empregado trabalha cinco dias e folga por dois. Ambas as escalas atendem à regulamentação da CLT, que estabelece o limite de 44 horas semanais de trabalho, com exceção de escalas específicas, que têm autorização para ultrapassar essa carga em função de acordos sindicais.
Escala de trabalho 6x1
O modelo 6x1 permite ao trabalhador uma folga semanal após seis dias de trabalho consecutivo. Esse modelo é amplamente utilizado no setor de comércio e serviços e cumpre a carga horária máxima semanal de 44 horas. A proposta de fim da escala 6x1, defendida por Hilton, visa proporcionar mais qualidade de vida aos trabalhadores, argumentando que uma maior quantidade de folgas pode reduzir o desgaste físico e mental.
Escala de trabalho 5x2 e 4x2
Outro modelo popular é a escala 5x2, onde o trabalhador cumpre cinco dias de trabalho com duas folgas semanais. Esse modelo é comumente adotado em setores de indústria e em jornadas administrativas, onde a necessidade de operação ininterrupta é menor.
A escala 5x2 é a mais comum em países com uma jornada semanal de 40 horas, como os Estados Unidos, o Canadá, boa parte dos países da União Europeia e Austrália. É a jornada padrão em escritórios e empresas em geral nesses países.
Já a escala 4x3 oferece três dias de folga após quatro dias de trabalho, ajustando a carga semanal para atender setores que buscam maior equilíbrio nas jornadas, como indústrias com turnos específicos. A escala 4x3 está sendo adotada experimentalmente em alguns países, especialmente em países europeus como a Suécia, a Espanha e o Reino Unido, que estão testando jornadas reduzidas para melhorar a produtividade e o bem-estar dos funcionários. Também pode ser encontrada em algumas empresas dos Estados Unidos e do Japão, onde são testadas em setores criativos e tecnológicos.
Escala especiais 12x36, 18x36 e 24x48
Existem também escalas que se aplicam a atividades que requerem períodos prolongados de trabalho. A escala 12x36, em que o trabalhador realiza 12 horas de trabalho seguidas por 36 horas de descanso, é um exemplo comum em hospitais e no setor de segurança. Outra variação é a escala 18x36, que consiste em 18 horas de trabalho com um descanso de 36 horas, atendendo a necessidades especiais de setores onde a presença contínua é essencial, adotada no Brasil, sendo regulamentada pela CLT, e em setores específicos em países como Portugal, Espanha e México.
A escala 24x48, por sua vez, permite 24 horas de trabalho seguidas por 48 horas de descanso. Esse tipo de jornada é menos comum e geralmente é específico a trabalhos em locais remotos ou que envolvem plantões de emergência, como em mineração e plataformas de petróleo. Pode ser visto em casos esporádicos em países da América Latina (incluindo o Brasil, onde é regulamentado em alguns setores) e em países com indústrias pesadas e extrativistas, como Canadá e Noruega.
Escala 9x9x6 na China
Na China, a "escala de trabalho 9x9x6" se refere e a uma jornada de trabalho que vai das 9h da manhã às 9h da noite, seis dias por semana, totalizando cerca de 72 horas semanais. Essa prática é comum em setores como o de tecnologia e startups, onde há muita pressão para atingir metas ambiciosas em um curto período.
Os chineses acheditam que o "9x9x6" contribui para o desenvolvimento econômico rápido e a competitividade das empresas, que assim conseguem avançar em inovação e produtividade. O conceito se alinha ao forte senso de coletivismo e sacrifício em prol da prosperidade do país, uma característica cultural enraizada na sociedade chinesa. Muitos trabalhadores e empresários veem essa prática como um caminho para alcançar objetivos pessoais e coletivos de sucesso e estabilidade financeira.
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