O novo currículo do ensino médio, que teve implantação suspensa por 60 dias pelo Ministério da Educação, pode ampliar as desigualdades no sistema de ensino brasileiro, analisou o deputado federal Átila Filho (Progressistas). Para ele, as desigualdades entre os estados impedem que o novo modelo funcione integralmente em todas as regiões.
O deputado comentou que no Congresso Nacional o embate entre os argumentos favoráveis e contrários criou um consenso que é preciso ajuste no texto original. “O consenso é que haja um ajuste. A saída, provavelmente, não dá tempo para ser por lei, é importante que seja por meio de medida provisória, não que revogue de forma total, mas que acrescente alguns dispositivos”, disse.
Átila Filho afirmou que os itinerários formativos, que é o conjunto de disciplinas que os estudantes poderão escolher no ensino médio, devem ser reduzidos para que o modelo seja igualmente implantado em escolas do Sul e do Nordeste.
No Piauí, por exemplo, o deputado avalia que as questões de estrutura e a demanda por professor prejudicaria os alunos do ensino médio.
“Existe uma insatisfação muito grande tanto entre alunos como professores com relação a grade curricular do novo ensino médio que está sendo implantado, por questão estruturais. Tem pontos de avanços, mas tem muitos pontos que a gente não vai conseguir implantar pelos nossos problemas socioeconômicos, das regiões mais podres do país”, afirmou.
Ele defendeu que o debate seja ampliado ainda mais para que todos os secretários de educação, assim como entidades representativas apresentem sugestões para ampliar a proposta. Por fim, ele revelou que o embate está entre a iniciativa privada, que concorda com a implantação, e iniciativa pública, que é contra.