O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na tarde desta sexta-feira (30) que o ex-presidente Jair Bolsonaro está inelegível por oito anos. O processo que deixará Bolsonaro fora das próximas três eleições foi motivado por uma ação do PDT, com base em uma reunião realizada pelo então presidente do Palácio do Planalto com embaixadores, em que ele criticou o sistema eleitoral do país.
O relator da matéria, o ministro Benedito Gonçalves, já havia proferido durante a semana seu voto pela inelegibilidade. Os ministros Floriano de Azevedo Marques Neto, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes acompanharam o voto. Por outro lado, os ministros Raul Araújo e o piauiense Nunes Marques foram contrários.
Mais cedo, após a maioria de votos formada contra o ex-presidente, o julgamento prosseguiu para tomada do último voto, proferido pelo presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes, que acompanhou a maioria para condenar Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Para o ministro, Bolsonaro usou a estrutura pública para fazer ataques ao Poder Judiciário e a seus membros durante a reunião e divulgar desinformação e notícias fraudulentas para descredibilizar o sistema de votação. Entre as falas, Bolsonaro insinuou que não seria possível auditar os votos dos eleitores.
"A resposta que a Justiça Eleitoral dará a essa questão confirmará a fé na democracia, no Estado de Direito, no grau de repulsa ao degradante populismo renascido a partir das chamas do discurso de ódio, discursos antidemocráticos e que propagam desinformação, divulgada por milicianos digitais”, afirmou.