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Dia da Família: Um espaço de construção, aprendizado e afeto

No dia 15 de maio, é celebrado o Dia da Família, uma data que nos convida a refletir sobre os laços que nos unem àqueles com quem compartilhamos mais do que um espaço físico, dividimos histórias, afetos, conflitos e aprendizados.

15/05/2025 às 09h25

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No dia 15 de maio, é celebrado o Dia da Família, uma data que nos convida a refletir sobre os laços que nos unem àqueles com quem compartilhamos mais do que um espaço físico, dividimos histórias, afetos, conflitos e aprendizados. Mais do que um grupo de pessoas com laços sanguíneos, a família é, antes de tudo, uma rede de apoio, um espaço de formação e um ambiente que influencia diretamente na construção do nosso caráter e identidade.

Conviver diariamente em um núcleo familiar, no qual cada indivíduo tem uma personalidade e crença diferente, não é fácil, mas com muito amor, conversa e paciência, é possível tornar essa relação saudável e, principalmente, respeitosa. Essa construção tem sido diária na família Guimarães. Há alguns anos, a vida de todos passou por mudanças e eles precisaram se adaptar à nova construção familiar.

Após o falecimento da matriarca da família, a servidora pública Teresinha Guimarães (60), seu esposo e a filha decidiram morar com sua cunhada, responsável pelos cuidados da mãe. Para isso, toda a família mudou-se para uma única casa. O início foi marcado por desentendimentos, choques de rotina e dificuldades de adaptação. Diferentes personalidades e hábitos geraram atritos, como é comum quando se passa a conviver mais intensamente com alguém.

Após o falecimento da matriarca da família, Teresinha Guimarães, seu esposo e a filha foram morar com sua cunhada, responsável pelos cuidados da mãe - (Divulgação/Arquivo pessoal) Divulgação/Arquivo pessoal
Após o falecimento da matriarca da família, Teresinha Guimarães, seu esposo e a filha foram morar com sua cunhada, responsável pelos cuidados da mãe

“Minha cunhada morava só e nós morávamos de aluguel. No início foi muito difícil a convivência, até porque cada um tem seu gosto e personalidade diferente. Você só conhece uma pessoa quando passa a conviver com ela. Minha cunhada tinha uma rotina bem diferente da nossa e, até nos adaptarmos, foram tempos difíceis”, comenta Teresinha Guimarães.

Com o tempo, e a convivência, o diálogo e o respeito passaram a ocupar o espaço dos conflitos. A família criou rotinas conjuntas, como tomar café da manhã todos os dias juntos, e reorganizar as tarefas e os papéis dentro de casa. O diálogo e o compromisso com o bem-estar do coletivo é o que tem feito toda a diferença.

“Hoje, mesmo com as diferenças, nós sabemos conciliar, respeitando os limites, pois sabemos o gosto e temperamento de cada um. Tomamos o café da manhã sempre juntos, pois é nesse momento que compartilhamos o que está acontecendo com cada um, e em que podemos ajudar

Teresinha Guimarães servidora pública

A importância da família se fortaleceu ainda mais quando Teresinha enfrentou um momento delicado: o diagnóstico de um câncer. E foi a presença da família que trouxe forças, acolhimento e fé.

“Um dos momentos que senti o carinho, acolhimento, apoio moral e espiritual da minha família foi quando fui diagnosticada com câncer. Para mim, receber essa notícia foi muito difícil, e para minha família foi ainda mais. Eu vi lágrimas escorrerem nos olhos deles, mas eles se escondiam para que eu não visse, só que eu sentia o que eles estavam sentindo. Com a minha fé, falei para eles que não ficassem tristes, pois eu tinha a esperança que daria certo. E hoje é muito emocionante estar curada. Eu carrego um grande Deus na minha vida e a minha família, que é abençoada e essencial, com quem eu posso contar em todos os momentos”, ressalta.

A publicitária Marcelle Guimarães (29), filha de Teresinha, ressalta que a convivência, apesar de ter momentos difíceis, tem muito a ensinar a todos os membros da família, especialmente a aceitar que cada pessoa tem uma personalidade e individualidade, e que isso precisa ser respeitado.

Quando éramos três, tivemos que aprender a conviver e aprender mais sobre o outro, principalmente durante a pandemia, mas quando mudamos de casa e fomos morar com mais uma pessoa, parece que tudo que aprendemos se desfez. Um ambiente novo, uma pessoa nova. Aprender a lidar com o outro é muito difícil, mas também é um exercício

Marcelle Guimarãespublicitária

Apesar dos desafios do início, Marcelle sente-se grata por poder compartilhar sua vida e sua rotina com aqueles que tanto ama e admira. “É bom, sim, ter sua família por perto devido ao apoio e à preocupação. Você estar perto das pessoas que ama, que cresceu, torna a convivência boa e engraçada. Sempre em qualquer lugar haverá dias bons e ruins, mas aquelas pessoas são as que você quer passar e compartilhar esses dias com você”, reforça a publicitária.

“É por esses e outros motivos que a família é importante, porque ela desempenha um papel fundamental na formação do caráter e da moral dos filhos, e é justamente quando temos exemplos positivos, dos pais ou familiares, que queremos nos espelhar. Eles nos influenciam para sermos pessoas íntegras, solidárias e felizes”, conclui a servidora pública Teresinha Guimarães.

O papel estruturante da família

Segundo a psicóloga Vitória Antão Rosa, a família é o primeiro ambiente social com o qual um indivíduo tem contato. É nela que se formam os valores, os princípios éticos e sociais, a autoestima e o modo como cada um vê o mundo. Esse convívio constante, por um lado, é repleto de aprendizados duradouros; por outro, pode apresentar desafios significativos.

A família é o primeiro contato que todo indivíduo vai ter, que vai repassar e apresentar a estrutura de mundo que vivemos. É na família onde esse indivíduo terá os primeiros aprendizados e, provavelmente, os mais importantes e prolongados, como a autoestima, valores morais e sociais, sentidos da vida

Vitória Antão Rosapsicóloga

A profissional ressalta que viver em sociedade já é, por si só, um exercício de tolerância, mas que, dentro do contexto familiar — onde as relações são mais íntimas e constantes — o desafio é ainda maior. E é justamente por essa intensidade, que a família é considerada um dos principais fatores protetivos para o bem-estar emocional e psicológico.

“Na psicologia, há os fatores protetivos, que propiciam uma melhor qualidade de vida e bem-estar para o indivíduo. E a família, quando bem organizada, é um desses fatores. É uma família que pode dar apoio e suporte para passar por momentos especiais e construir valores juntos”, ressalta.

Vitória Antão também destaca que não há um único modelo válido de família. A ideia da família tradicional, composta por pai, mãe e filhos, já não é a única reconhecida, tanto pela sociedade quanto pela Constituição Brasileira. O afeto e a convivência passaram a ser os pilares mais relevantes na definição de família, contemplando modelos diversos, com monoparentais, homoafetivos, informais, reconstituídos, anaparentais, unipessoais, entre outros.

A psicóloga Vitória Antão Rosa ressalta que a família é o primeiro ambiente social com o qual um indivíduo tem contato - (Reprodução) Reprodução
A psicóloga Vitória Antão Rosa ressalta que a família é o primeiro ambiente social com o qual um indivíduo tem contato

“É sempre importante ressaltar que, apesar dos conflitos familiares que podem acontecer, a família é uma rede de apoio essencial para o bem-estar do indivíduo. A própria Constituição Federal reconhece a família, não somente como uma união de grupo de pessoas com laços sanguíneos e genética semelhantes, mas, também, pela afetividade, convivência e o respeito entre os membros”, conclui a psicóloga Vitória Antão Rosa.


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