Em meio às repercussões das recentes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central do Brasil (BC), o dólar voltou a subir nesta terça-feira (2) e já encosta nos R$ 5,70. As críticas ocorreram após a moeda americana atingir um patamar de R$ 5,65 na segunda-feira, o maior desde janeiro de 2022.
Durante uma entrevista à Rádio Sociedade, em Salvador (BA), Lula afirmou que há um "jogo de interesse especulativo" contra o real e que o governo está avaliando medidas para conter essa pressão. Segundo ele, a reação do mercado, que elevou a cotação do dólar após suas críticas, "não tem explicação".
O presidente também declarou que o próximo presidente do Banco Central deve observar o Brasil "do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala". Lula reforçou ainda que sua responsabilidade é com o povo pobre do país, e não com "banqueiros" ou "ricaços".
Às 13h35 de hoje, o dólar registrava alta de 0,70%, cotado a R$ 5,68924, atingindo a máxima do dia em R$ 5,7004. No dia anterior, a moeda americana já havia subido 1,15%, acumulando um avanço semanal, mensal e anual de 1,15%, 1,15% e 16,49%, respectivamente.
O Ibovespa, principal índice da B3, operava em baixa após inicialmente abrir em alta. Campos Neto, em evento promovido pelo Banco Central Europeu (BCE) em Portugal, também abordou a questão, afirmando que os movimentos do mercado cambial estão mais ligados a especulações do que aos fundamentos econômicos.
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