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Após a União solicitar um prazo maior na negociação do salário dos servidores federais na Mesa Nacional de Negociação Permamente (MNNP) com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) a fixação do percentual de reajuste dos trabalhadores deverá ser definido somente em junho. A estratégia do governo Lula é conceder um reajuste de salário do servidor de forma nominal a determinadas categorias, proposta que não agrada os trabalhadores que negociam um reajuste linear do salário para todas as categorias pelos próximos três anos.
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No final de fevereiro a Mesa Nacional de Negociação Permanente, reuniu representantes do governo e trabalhadores, porém não avançou nas negociações. Com a falta de acordo junto às carreiras, servidores técnicos de 28 universidades e institutos federais em todo o país declararam greve por melhores condições de trabalho e valorização salarial.
No Piauí os servidores técnicos-administrativos da Universidade Federal do Piauí (UFPI) confirmaram greve por tempo indeterminado a partir desta sexta (15). A categoria quer reajuste do salário, que estão sem aumento real há pelo menos sete anos. Os servidores recusaram a proposta do governo federal de conceder reajuste de salário em dois anos: 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026.
Para os trabalhadores, a contraproposta apresentada pelo governo não contempla a categoria, já que o recurso financeiro oferecido para implementação em 2025 e 2026 não é suficiente para reestruturação do Plano de Carreira. Os servidores também não teriam nenhuma recomposição salarial dentro da carreira para 2024.
Confederação critica ministro
Em meio ao cenário de crise junto ao funcionalismo, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (CONDSEF) criticou uma fala do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que em entrevista à rádio Metrópole, da Bahia, afirmou que o funcionalismo público "tem tendência à inércia" e que precisaria de "uma fungada no cangote" para ter "mais agilidade".
Em resposta o órgão classificou como “inadequada” a fala do ministro, e chamou de “comparações de mau gosto e de teor sexista”. Ainda de acordo com o documento “o ministro atribui aos servidores características que podem ser aplicadas ao próprio governo”.
Em resposta o secretário geral da confederação, Sérgio Ronaldo, atacou o governo Lula.
"Ora, é o governo que deveria sair da inércia e ter mais agilidade para fazer o que ainda durante a campanha presidencial disse ser prioridade: reconstruir o Brasil e valorizar os serviços públicos"
Diferença entre reajuste linear e nominal
O reajuste linear caracteriza-se pela aplicação de um percentual uniforme a todos os valores da tabela do salário do servidor. Essa uniformidade garante que todos os servidores, independentemente do cargo ou tempo de serviço, recebam o mesmo aumento proporcional.
Já o reajuste nominal, por sua vez, consiste na aplicação de um valor fixo a todos os valores da tabela salarial. Essa modalidade de reajuste beneficia de forma diferenciada os servidores com vencimentos mais baixos, pois o valor fixo representa um aumento proporcionalmente maior para esse servidor.
Nos últimos anos, o histórico de reajustes para o servidor público federal tem sido marcado pela alternância entre reajustes lineares e nominais. Em 2023, por exemplo, foi concedido um reajuste linear de 9% a todos os servidores. No entanto, em anos anteriores, como 2020 e 2021, os reajustes foram nominais, com valores fixos de R$ 500 e R$ 1.200, respectivamente.
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