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Amor aos pets transformado em sonhada profissão

O mercado de trabalho tem possibilitado essas profissões, em razão da crescente demanda

22/05/2024 às 12h53

22/05/2024 às 12h53

Quem é apaixonado por animais certamente já pensou em transformar essa paixão em uma carreira. Afinal, nada mais gratificante do que trabalhar com aquilo que se ama. Felizmente, o mercado de trabalho tem possibilitado que esse sonho se transforme em realidade. Isso porque tem crescido a quantidade de profissões ligadas ao cuidado e bem-estar animal.

Mas, como saber se você tem vocação para trabalhar com animais? É preciso ter paciência, empatia, habilidades de comunicação e, sobretudo, um compromisso com o bem-estar animal. Sentir-se estimulado por desafios e ter uma inclinação natural para cuidar dos outros certamente é um excelente indicativo de que essa carreira pode ser uma escolha perfeita.

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Profissões para trabalhar com animais

- Anfitriões de pets

A hospedagem domiciliar para animais de estimação representa uma alternativa aos convencionais hotéis para pets, proporcionando um ambiente mais íntimo e acolhedor. É possível abrir as portas de sua residência para cuidar dos animais enquanto seus tutores estão ausentes. Ailla Mendes (27) trabalha com hospedagem de pets há mais de seis anos. Ela conta que sempre foi apaixonada por animais e sentiu que o mercado tinha uma carência de investimento nessa área. A jovem oferece o serviço de hospedagem domiciliar, ou seja, o animalzinho se hospeda na residência de Ailla, mas continua com a rotina de cuidados de uma casa.

“Percebi que existia uma necessidade das pessoas em encontrar alguém de confiança, que gostasse de animais e pudesse confiar seu aumiguinho na sua ausência. Com o descobrimento dessa profissão, através das redes sociais, comecei a fazer cursos para entender a comunicação canina e felina e o cuidado com eles, como telepatia animal, primeiros socorros e ambientação interativa. Comecei em apartamento e recebia apenas um pet por vez; hoje moro em casa e tenho a possibilidade de receber até seis animais”, comenta.

Para trabalhar nesse mercado, Ailla Mendes precisou fazer alguns investimentos, especialmente em cursos voltados para a comunicação e saúde, como a aplicação de medicações e primeiros socorros. Além disso, foi necessário adaptar a casa, colocar telas de proteção e investir em brinquedos interativos. O que antes era uma atividade apenas para complementar sua renda, hoje passou a ser sua única fonte de recursos. “Inicialmente era uma renda complementar e eu ganhava por volta de R$ 350 mensais, mas, com o passar dos anos, se tornou minha única fonte de renda. Em meses de baixa temporada, o retorno é, em média, de um salário mínimo, já em altas temporadas, como julho e dezembro, o valor chega a triplicar’, destaca a anfitriã. Segundo Ailla Mendes, uma das maiores vantagens de lidar com animais é poder trabalhar com o que se ama, além da possibilidade de conhecer pets diferentes e com personalidades variadas.

“Quem tem um pet sabe o quanto você se sente amado com esse carinho. O mais divertido é ter essa retribuição e sentir esse amor vindo do bebezinho deixa o coração quentinho. A experiência é inexplicável e sinto que aprendo algo novo com cada um, como tem bebê mais apegado e que gosta de ficar sempre próximo, enquanto outros são mais independentes, mas não deixem de ser carinhosos. A única desvantagem é a despedida, pois não tem como não se apegar. Tem pets que já ficaram mais de dois meses comigo, deixam uma saudável imensa”, enfatiza a anfitriã.

- Fisioterapeuta pet

O amor pelos animais fez com que Roberta Siqueira se tornasse médica veterinária. Uma das áreas de atuação da profissional é a fisioterapia pet, voltada para o cuidado e bem-estar dos animais. A especialidade surgiu por um acaso na vida da médica veterinária, que tem se apaixonado cada vez mais por esse segmento, porém, é uma área que ainda necessita de mais investimento.

“Eu não conhecia a existência dessa área durante a graduação e somente próximo ao final do curso é que tive contato. Iniciei o estudo para conhecer melhor, mas, inicialmente, era voltado para fisioterapia de animais de grande porte, principalmente de equinos. Logo depois, comecei a trabalhar com os de pequeno porte. Infelizmente, nosso Estado não tem cursos nem pós-graduação na área de fisioterapia, então, para se especializar, você precisa sair do Piauí, fazer cursos online ou por estudo próprio, com leitura de artigos e experiências da área”, comenta. 

Segundo Roberta Siqueira, em Teresina há uma demanda considerável de pacientes para fisioterapia e isso vem crescendo a cada ano. Contudo, o retorno financeiro ainda é muito baixo, exigindo que o profissional atue em outras áreas para complementar a renda. Apesar disso, a fisioterapeuta pet enfatiza a satisfação que é trabalhar com animais e pontua que os bichos são excelentes pacientes.

“O retorno financeiro é baixo e varia conforme o período. Tem época que consigo tirar até R$ 2.500, mas tem época que não chega a R$ 500. Lidar com animais é algo maravilhoso, pois tem a ingenuidade, a inocência e a transparência do animal. Ele não esconde se não está bem, se está estressado, chateado. Com a rotina de atendimentos, eu consigo ver o que pode estar acontecendo, a personalidade dele, como é a relação dele com o tutor. Adoro meus pacientes e muitos deles viram meus amigos. Quando eles partem, continuo mantendo contato com os tutores e viramos uma família. Sou muito feliz atendendo os animais e tenho certeza de que não seria feliz em outra profissão. A medicina veterinária me realiza”, conclui Roberta Siqueira, fisioterapeuta pet.

- Terapeuta comportamental

Entender o que o pet “quer dizer” ou o que determinado comportamento significa pode parecer algo impossível para algumas pessoas, mas não para os terapeutas comportamentais. Desde 2019, Virgínia Leal atua nessa área de comportamento pet. Ela explica que a profissão surgiu em sua vida quando ela trabalhava como pet sitter.

“Foi durante o serviço de passeio com alguns cães que vi a ansiedade deles e o comportamento agitado e, a partir de 2019, senti a necessidade de estudar o comportamento dos animais para entender e melhorar isso, entre outros problemas comportamentais, ajudando tutores com seus pets para melhor convivência em família”, explica.

Para ingressar nessa área, Virgínia Leal precisou investir na profissão. Em 2021, ela recebeu um convite para atuar como franqueada de uma rede nacional de adestramento. Logo depois, passou a trabalhar como profissional autônoma. Além disso, a terapeuta comportamental realizou diversos cursos de comportamento e adestramento e, recentemente, concluiu uma pós-graduação em Comportamento animal com ênfase em cães e gatos, com atuação em psicologia positiva e bem-estar animal.

Ser terapeuta comportamental é apenas uma das diversas profissões exercidas por Virgínia Leal. O adestramento e comportamento pet são suas principais atividades, porém, para complementar a renda, Virgínia atua em outras áreas afins, como pet sitter, palestrante, serviços de passeio, terapia Reiki humana e animal, vendas de produtos pets, entre outros.

“Há seis anos eu atuo na área e, apesar de muitas adversidades, mantenho meu propósito de ajudar as famílias com seus pets. O retorno financeiro varia muito, então busco complementar com outras áreas. Como empreendedora individual, tenho muitos desafios, porém vale a pena o reconhecimento, as indicações, as entrevistas e as conquistas. Não lidamos só com animais, lidamos com seus tutores, tem questão de conscientização e nem sempre conseguimos 100%, mas, quando focamos, atingimos isso e melhoramos a vida dessas famílias multi espécies”, complementa. 

- Pet sitter

Cuidar de um animalzinho é uma responsabilidade e tanto, especialmente quando o pet não é seu, afinal, é preciso conquistar o coração e a confiança desse bichinho, além de dar a mesma atenção e suporte que o tutor daria. Virgínia Leal atua como pet sitter e tem essa missão quando fica responsável por cuidar de um bichinho. 

Virgínia atua como cat sitter, ou seja, cuida de gatos. A profissão surgiu por necessidade, após duas amigas viajarem e solicitarem que ela ficasse com seus bichinhos. As demandas são sazonais e geralmente ocorrem durante o período de férias e datas festivas. O retorno financeiro é variável. “O trabalho de pet sitter é mais leve, pois não demanda conscientização, nem mudanças estratégicas de comportamento. São demandas pontuais de cuidados para o gato”, conclui Virgínia Leal. 


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