O dia e os diversos papéis da mulher na sociedade - mãe, esposa, profissional e tantos outros-, refletem diretamente na sua qualidade de vida. O estresse causado por essas funções favorece a chegada, cada vez mais precoce, da menopausa. Se antes essa fase era comum em mulheres de 45 a 55 anos, hoje, pode ocorrer a partir dos 35 anos.
Essa transição do período reprodutivo e não reprodutivo da mulher é definido como climatério, e ocorre entre os 35 e os 65 anos, caracterizando-se pela progressiva redução da produção de hormônios ovarianos, especialmente do estrogênio e da progesterona, resultando em significativas alterações físicas e psíquicas que afetam a qualidade de vida da mulher. Porém, os hábitos alimentares e a prática de atividades físicas são importantes no preparo do organismo para a chegada dessa fase.
A nutricionista Fabiane Sampaio explica que o climatério vem acompanhado de alguns sintomas, como cansaço, baixo libido, alteração de humor e sintomas emocionais, muito comum a mulher com menopausa, fase da última menstruação. “As mulheres estão entrando cada vez mais cedo na menopausa e isso está relacionado ao estresse oxidativo, não apenas o estresse do dia a dia, mas também o metabólico, associado à exposição excessiva das toxinas ambientais, devido uma alimentação muito industrializada e rica em fast food”, destaca.
A correria do dia a dia, aliada com a praticidade da alimentação rápida, tende a aumentar o estresse oxidativo, devido ao grande consumo de produtos sintéticos, com conservantes, corantes e metais pesados. O acúmulo de toxina ao longo dos anos reflete diretamente no aumento de FHS no sangue. Isso significa dizer que a função ovariana e a fertilidade diminuíram, indicando a chegada da menopausa.
“Se antes com 50 anos essas mulheres estariam tendo sua última menstruação, agora é com 40 ano. Está muito mais precoce. As meninas estão menstruando mais cedo, o que vem a menopausa mais cedo, mas isso muda também com o estilo de vida, com o comportamento sedentário, alimentação ruim, rica em alimentos saturados, carboidratos simples, gerando estresse oxidativo, inflamação e prejudica essa reserva e a qualidade desses óvulos, modificando o estrogênio”, pontua a nutricionista.
Fabiane Sampaio orienta as mulheres que estão no climatério e buscarem um estilo de vida mais saudável, tanto na alimentação, quanto na atividade física. Uma das dicas é optar por alimentos alcalinos e consumir menos carne vermelha ao longo da semana.
“Também é interessante o aumento de fibras probióticas, que são as fibras consideradas importantes para melhorar o trato gastrointestinal. A mais conhecida é a lignana, presente na semente de linhaça. É barata, fácil de encontrar e acessível e pode ser adicionada na alimentação todos os dias. Se fizer a farinha de linhada, dá para usar de outras em várias receitas. Para a mulher que está na menopausa, vai ajudar na oscilação do estrogênio que causa vários sintomas”, destaca.
Outra dica é priorizar o consumo de carne branca, como frango e peixe, e de alimentos ricos em isoflavonas, presente no grão-de-bico e no feijão. A nutricionista chama atenção para o consumo da soja, que também tem isoflavonas. Deve-se dar preferência pela soja fermentada não-transgênica.
“A alimentação no climatério deve ser a mais limpa possível, ou seja, com menos agrotóxico, além de aumentar o consumo de saladas e frutas orgânicas, ou optar pelos congelados. As frutas da estação são uma opção, pois tem maior demanda e, com isso, tendem a ser mais acessíveis e baratas”, complementa a nutricionista Fabiane Sampaio.