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Consumo excessivo de agrotóxicos no Brasil: como ter uma alimentação saudável?

Alimentação sustentável envolve escolhas conscientes que diminuam o impacto ambiental

07/04/2024 às 12h04

O Brasil é líder global no consumo de agrotóxicos, conforme aponta um levantamento feito pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Dados recentes revelam que entre 2003 e 2021, o consumo anual de agrotóxicos no país cresceu 392%, atingindo a marca de 720 mil toneladas. Esse número coloca o Brasil muito à frente de outros grandes consumidores, como os Estados Unidos.

A relação entre o uso de agrotóxicos e a segurança alimentar é especialmente crítica, considerando que commodities como soja, milho e cana-de-açúcar, responsáveis por uma parcela significativa da dieta brasileira, consomem a maioria desses produtos químicos. Essa dependência cria uma situação preocupante, já que os alimentos mais consumidos estão entre os mais contaminados.

E necessário buscar alternativas para garantir uma alimentação saudável - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
E necessário buscar alternativas para garantir uma alimentação saudável

Diante disso, é necessário, então, buscar alternativas para garantir uma alimentação saudável e minimizar o impacto ambiental. Uma abordagem promissora é a adoção de práticas como a preferência por alimentos orgânicos ou cultivados com poucos produtos químicos. Além disso, técnicas de higienização adequada, como lavagem em água corrente e imersão em soluções naturais, podem ajudar a reduzir a exposição a resíduos de pesticidas.

Nutricionistas alertam para a importância de uma dieta equilibrada, baseada em alimentos frescos e minimamente processados. Escolher comida de verdade, privilegiar alimentos da estação e evitar produtos ultraprocessados são passos fundamentais para promover a saúde e o bem-estar.

“A alimentação saudável consiste em alimentos com o mínimo de processamento. Esse tipo de alimento, com menos intervenção industrial, é fundamental para adotar uma dieta equilibrada. Há culturas antigas que se baseiam em carboidratos saudáveis, enquanto outras privilegiam uma dieta rica em proteínas. Em alguns lugares, a alimentação é predominantemente composta por gorduras, mas o foco não está apenas nos macronutrientes, e sim na qualidade dos alimentos e na redução do processamento”

Júlio Santananutricionista

Para ilustrar alternativas viáveis, exemplos como o sistema de agrofloresta implementado pelo engenheiro agrônomo Júlio César, em Teresina, demonstram a possibilidade de produzir alimentos de forma sustentável, sem o uso de produtos químicos prejudiciais. Essas práticas fornecem alimentos mais saudáveis e também contribuem para a preservação do meio ambiente e a promoção da biodiversidade.

"Não utilizamos pesticidas e todos os resíduos que usamos são orgânicos. Temos bastante sol aqui e aproveitamos esse sol para a geração de energia solar. Através dessas práticas temos um fruto saudável, sem aplicação de pesticidas químicos. Usamos defensivos naturais e assim plantamos para o futuro,com um ambiente sempre em equilíbrio. Trabalhar com isso é gratificante, pois não corremos risco de saúde e sabemos a qualidade e origem da fruta”, destaca o engenheiro agrônomo.

Em um contexto global onde o desperdício alimentar coexiste com a fome e a insegurança alimentar, é essencial repensar nossos hábitos alimentares e priorizar escolhas que beneficiem tanto nossa saúde quanto o planeta. A busca por uma alimentação saudável em meio ao cenário de alto consumo de agrotóxicos requer uma abordagem consciente e sustentável, que valorize a qualidade dos alimentos e o equilíbrio ambiental.

G20 discute temas como insegurança alimentar e impacto ambiental

É pensando nisso que o Grupo dos Vinte (G20), o principal fórum de cooperação econômica internacional, se reúne anualmente em diversos países. Composto pelas maiores economias do mundo, como a África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália e Canadá, o G20 discute iniciativas econômicas, políticas e sociais, além de traçar estratégias internacionais para os problemas que afligem o mundo, como a insegurança alimentar e o impacto ambiental.

Este ano, o Brasil sediará o G20, com destaque para a inclusão de cidades de todas as regiões do país, inclusive Teresina, no Piauí. Os principais temas discutidos nesta edição serão o comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.

G20 discute temas como insegurança alimentar e impacto ambiental - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
G20 discute temas como insegurança alimentar e impacto ambiental

Na capital do Piauí, o encontro ocorrerá entre os dias 22 e 24 de maio e vai tratar sobre o combate à fome, à pobreza e à desigualdade. A inclusão de Teresina e de outras capitais fora do eixo Sul-Sudeste representa uma inovação nesta edição do Brasil. A descentralização das atividades tem como objetivo transformar o G20 em um fórum mais inclusivo e acessível, ampliando sua representatividade.

Além de Teresina, o Brasil vai receber reuniões do G20 em Brasília (DF), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Foz de Iguaçu (PR), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Salvador (BA) e São Luís (MA).

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