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Uma das equipes de futebol mais tradicionais da cidade Campo Maior, a cerca de 80 km de Teresina, vive um dos seus piores momentos dentro e fora de campo. No ano em que completa 70 anos, o Caiçara Esporte Clube foi desfiliado pela Federação de Futebol do Piauí (FFP) e por isso não poderá disputar nenhuma competição profissional ou de base realizada pela entidade máxima do futebol piauiense.
A decisão é um duro golpe na equipe, que tinha pretensões de disputar o Campeonato Piauiense Sub-20, que deve iniciar no final de junho. Porém, no arbitral realizado no último dia 21 de maio, representantes da FFP reafirmaram que o clube está desfiliado e que não disputará o torneio, alegando a desfiliação causada por débitos com a Federação e a inatividade da equipe de Campo Maior. Em entrevista ao Portal O Dia, o diretor jurídico do clube, Wilson Spíndola, afirmou que o clube estranhou a decisão monocrática do presidente da FFP, Robert Brown.
Nós fomos surpreendidos com essa notícia. Quando nós solicitamos os boletos para o pagamento das anuidades de 2023 e 2024 e a resposta da FFP foi que não dariam os boletos porque o clube estava desfiliado. Como não fomos notificados, informados, nós entendemos que essa decisão é completamente nula, por que não foi permitido o contraditório. Por ser uma sanção, era um direito nosso, constitucional, se defender
O clube entrou com um mandado de garantia contra a FFP e aguarda uma liminar. Os dirigentes do clube alegam "perseguição política". "Nós somos um clube que discordamos de muitas coisas da FFP. E ao discordamos a Federação vem tentando perseguir o Caiçara. E temos muitos documentos que comprovam isso. Eles alegaram que temos débitos que passam de 180 dias, seis meses. Só que na própria prestação de contas da FFP, que é enviada para a CBF, outros clubes que tiveram dividas superiores a este prazo, como dois, três, quatro anos, que não sofreram nenhum tipo de processo", afirma Wilson.
"Por exemplo, o Comercial, que é o nosso adversário local, passou mais de 2 anos devendo 18 mil reais e não foi aberto nenhum processo. Muito menos aplicado sanção. Porque com o Caiçara está sendo feito isso? É questão política", argumentou. O diretor de futebol citou outros clubes piauienses que também atrasaram pagamentos, mas não receberam punições.
O Portal O Dia conversou com Daniel Carvalho, vice-presidente da Federação de Futebol do Piauí (FFP). Ele afirmou que não se trata de perseguição política e sim de um ato administrativo. E reafirmou o desligamento do clube e rechaçou a possibilidade do clube disputar o estadual Sub-20. “Não tem essa possibilidade (de participar do Sub-20). Ele está desfiliado, como os outros clubes. Foi desfiliado por um ato da presidência e o processo remetido ao tribunal”.
A decisão final ficará para o Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí (TJD-PI). “Essa questão vai ser discutida no tribunal. A Federação usou seu estatuto para fazer esse ato de desfiliação, fez todo o processo e remeteu ao tribunal. Administrativamente, o clube está desfiliado”.
Menos um clube na já reduzida lista de times do futebol piauiense!
Com esse imbróglio, quem perde é o futebol piauiense. Um dos clássicos mais tradicionais do interior, o CACO (Caiçara x Comercial) não poderá mais ser realizado no futebol profissional do Estado. E Campo Maior, uma das cidades que sempre teve relevância no futebol piauiense, não terá um de seus representantes.
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