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O Piauí foi pioneiro em desenvolver, dentro da gestão pública, atividades ligadas à inteligência artificial, tanto no ensino das escolas da rede pública de ensino estadual, que passaram a ter em sua grade curricular a disciplina de Inteligência Artificial, tornando-se o primeiro território das Américas a incluir o ensino das IAs nas escolas públicas. A ação foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A Secretaria de Educação (Seduc) também tem ofertado cursos técnicos em desenvolvimento de sistemas com ênfase em IA, programação de jogos e marketing digital, contando com mais de 25 mil alunos matriculados.
No setor público, o Piauí também foi o primeiro estado brasileiro a criar uma Secretaria de Inteligência Artificial (SIA). A autarquia foi instituída em 30 de abril de 2024 e busca promover políticas estaduais de inteligência artificial, economia digital, ciência, tecnologia e inovação. A instituição coordena a implementação de estratégias para o desenvolvimento desses setores no estado.
O secretário da SIA, André Macêdo Santana, com quem conversamos, tem uma grande trajetória na área de tecnologia. É formado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), com mestrado em Engenharia Elétrica e doutorado em Engenharia da Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
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André Macêdo diz que a SIA realizou um mapeamento dos dados necessários para tomar melhores decisões para os rumos do governo, a partir de dados das missões internacionais, seguindo modelos e diretrizes de desenvolvimento de longo prazo. A IA busca resolver problemas e melhorar os resultados dos serviços públicos.
Um exemplo da importância do uso das IAs é o ChatGPT, que tem facilitado a vida de diversas pessoas, sendo um produto onde se pode conversar e utilizar instrumentos que facilitam a vida diária. Isso foi inspiração para o governo criar ferramentas dentro do próprio estado.
“O ChatGPT se popularizou com o app, você pergunta e ele responde e você diz que coisa interessante! - Mas quando você pensa nisso, tem que utilizar toda a força da ferramenta para o avanço da desburocratização do serviço público. Outro lado é preparar as massas de dados que tínhamos e desenvolver a IA. A necessidade de um grande problema de capacitação. Aí lançamos o CapaciteIA, ferramenta que auxilia no treinamento dos nossos servidores em IA.”
Avanços para 2025
O secretário aponta que as ações de desenvolvimento em IA têm sido fundamentais para a melhora no levantamento de dados na segurança pública, como no caso do roubo e furto de celulares. Dentro desse processo, há o uso de inteligência para resolver problemas. André destaca que o governo tem utilizado sistemas para oferecer maior qualidade de tempo aos servidores e treinado ferramentas para aplicações na saúde, por exemplo.
“As aplicações de IA no programa de saúde digital automatizam, auxiliam o médico, sugerem atividades prioritárias, ferramentas mostradas como atividade-meio. Então o cidadão vai ver a melhoria do serviço, mas a IA estará por trás, nos bastidores.”
Para a capacitação dos servidores públicos, André Macêdo informa que a SIA está usando o CapaciteIA, em parceria com a Secretaria de Administração (SEAD) e a Investe Piauí, para desburocratizar o atendimento ao público.
“Por exemplo, você recebe um documento de um órgão de controle, tem que fazer a avaliação daquele documento: a IA consegue ajudar. Você tem que receber planilhas, automatização de despachos de processos, a IA consegue ajudar nas checagens de documentos.”
O secretário informou que existe, dentro da SIA, uma estrutura que só trata de ética e normas, com debates sobre a parte ética necessária para o serviço público. Também foi pensado em regulamentações para a IA, considerando a adequação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) sob aspectos éticos, o que é essencial em documentações de saúde e análises que auxiliam médicos e pacientes.
“Imagina você pegar o resultado de um exame e ele dizer que pode ter mais atenção na imagem, auxilia o médico a tomar decisão. Ela é perfeita em identificar padrões: você passa dados para a máquina, e ela vai mapear saúde, onde tem dados positivos e outros negativos, identificando padrões na parte de diagnóstico por imagem.”
“Há outro braço que é a previsão da ocupação de leitos, quanto tempo uma pessoa vai passar naquele leito. Você consegue redirecionar um paciente para ele esperar menos, envolve a saúde. A secretaria funciona em parceria com outros órgãos. No desenvolvimento de IA, a gente vê a necessidade de players, especialistas em domínio. No caso do desenvolvimento de saúde ou segurança, sempre terá uma secretaria,” finalizou o secretário da SIA, André Macêdo.
O estado tem investido fortemente na área de tecnologia da informação, seja no ensino, com ferramentas de desenvolvimento de tecnologias digitais, robótica e áreas da informação, como também no desenvolvimento de inteligências artificiais. Recentemente, o governo do estado lançou a primeira IA conversacional em língua portuguesa, prometendo fortalecer as instituições públicas, digitalizar e facilitar o serviço público, reduzindo a burocracia e trazendo rapidez para a população.
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