Diversas pessoas denunciam ter sido vítimas de um golpe que envolveu a venda de falsas passagens aéreas em Teresina. O suspeito foi identificado como Rodrigo Paiva Angeline, proprietário da agência de viagens Angeline Turismo. De acordo com as investigações, o prejuízo é estimado em R$ 400 mil.
Conforme explica o delegado Canabrava, titular do 12º Distrito Policial e responsável pela condução do caso, as práticas tiveram início em 2022, quando a empresa de Rodrigo ficou inapta junto à Receita Federal por omissão de declarações. “Ele fazia a venda de passagens áreas que poderiam ser usadas no futuro. O cliente comprava e em alguns meses poderia viajar. Ele [o suspeito] vendia as passagens por um preço mais barato”, destaca o delegado.
As pessoas efetuavam a compra, mas não chegavam a ter acesso às passagens. Uma das vítimas do golpe, o empresário Rodrigo Sávio da Costa, relatou ao O DIA que chegou a perder R$ 10 mil com a compra das passagens. Ele conta que conheceu a agência através de uma amiga, que afirmou que a loja era de “confiança”.
“O dono da agência estava vendendo vouchers de ida e volta para viagens nacionais. Em setembro de 2022, comprei dez vouchers por mil reais cada um. Ele explicou que eu poderia voar a partir de janeiro de 2023, que a gente só precisava avisar para ele com antecedência. Eu fiz a compra, mas depois comecei a escutar algumas histórias de pessoas que haviam comprado há um tempo e não estavam conseguindo voar”, afirma a vítima.
Segundo a denúncia, muitas pessoas foram deixadas na mão no dia da viagem, sendo necessário, inclusive, adquirir passagens de última hora. A vítima conta ainda que chegou a entrar em contato com o suspeito, que confessou não conseguir devolver o valor pago pelos clientes. “Nós entramos em contato por diversas vezes, até que ele confessou que não ia conseguir emitir as passagens, que estava com problemas. Ele dizia que a gente receberia os recibos da própria companhia aérea, mas nunca recebemos”, acrescenta Rodrigo Sávio.
Após as vítimas registrarem boletins de ocorrência no 12º Batalhão da Polícia Militar, o suspeito foi ouvido pelo Delegado Canabrava e notificado a comparecer a delegacia na quinta-feira (15), para prestar mais esclarecimentos. “Ele diz que chegou a uma situação difícil, pois não tem bens e não tem como pagar. Me parece que os familiares irão ajudar ele a repor o valor. O caso será encaminhado à justiça para que ele pague pelo crime”, disse o delegado.
A reportagem do O DIA procurou o empresário suspeito de aplicar o golpe, mas o mesmo não atendeu as ligações. O espaço continua aberto para quaisquer esclarecimentos sobre a denúncia.
Com edição de Nathalia Amaral.