Uma dor insuperável. É assim que se descreve o sentimento de luto da família de Kassandra de Sousa Oliveira, uma das vítimas fatais de um atropelamento que ocorreu na noite do último domingo (6), na BR-316, zona Sul de Teresina. Kassandra estava com as duas filhas no momento do acidente: uma de dois anos, que não teve ferimentos, e uma de 10 anos, que ficou gravemente ferida e está internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
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O velório da vítima aconteceu na tarde de segunda-feira (7), na residência dos pais, que fica localizada no povoado Chapadinha Sul. O pai de Kassandra, seu Francisco Oliveira, conta que ficou em estado de choque ao saber da notícia.
“Eu fiquei em pânico, em desespero. Você não está esperando e de repente, recebe uma notícia dessa. Eu já comecei a ficar debilitado a partir do momento que soube desse grave acidente. Fiquei sem saber o que fazer”, disse.
Com dor no coração e na alma, Francisco diz que a morte de sua filha foi como “arrancar um pedaço dele”, e e faz um apelo ao poder público.
A mãe de Kassandra, dona Joana Rebelo, sentiu que sua filha havia partido antes mesmo da confirmação da sua morte. Ela explica que, no momento em que soube do ocorrido, ela e o marido estavam praticamente sozinhos no povoado, sem acesso a qualquer suporte para irem até o local do acidente.
“Estávamos só eu e meu marido em casa, não tinha um pé de cristão no assentamento, acho que as pessoas tinham ido votar. Quando a gente ficou sabendo, apenas informaram que ela havia ficado gravemente ferida no acidente. Meu marido dizia pra eu me acalmar, nós dois chorando. Eu já sabia que ela tinha morrido, eu senti. Depois eu liguei pra minha outra filha e falei o que tinha acontecido. Ela foi até o local do acidente e quase não reconheceu a Kassandra, porque ela estava muito inchada”, relata dona Joana.
A família pede que a justiça seja feita. “Ela ainda nos ligou e disse que não vinha, mas que talvez viesse no final de semana. Ela vinha todo final de semana, dizia que aqui era sossegado, e eu dizia pra ela vir morar com a gente. Era pra ela estar viva”, acrescenta a dona Joana.
Além da perda de Kassandra, os pais enfrentam ainda a realidade de que a neta, a pequena Maria Suelly, encontra-se internada em estado grave, sedada e inconsciente. A família decidiu fazer uma vaquinha online para ajudar a custear o tratamento da criança.
A outra filha de Kassandra, de apenas dois anos, felizmente não sofreu ferimentos. No entanto, a avó conta que ela está visivelmente abalada. “A ‘miudinha’ está atordoada, tentando entender o que aconteceu. Antes ela conversava muito, mas agora ela não está nem falando. Está traumatizada. É uma injustiça muito grande”, complementa a mãe.
Os pais relatam que, até o momento, não foram procurados pela família do acusado. “Ninguém nos deu nenhuma explicação”, disse o pai.
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