É na fé que a cabeleireira Cleytiana Campelo se ampara para pedir pela vida do filho, João Lucas, vítima do ocorrido ontem (04) dentro do Colégio CPI, em Teresina. João foi baleado na boca pela ex-namorada, L.M.G.L, 17 anos, e está em estado gravíssimo no HUT. A bala que o atingiu encontra-se alojada na coluna cervical e o jovem corre risco de ficar paraplégico. Apesar da situação e da tragédia que se instalou em sua vida nas últimas 24 horas, Cleytiana diz que perdoa a adolescente e que pede a Deus que a perdoe também.
Para Cleytiana, o que está feito, está feito e não pode ser desmanchado. No entanto, a cabeleireira falou em dependência emocional quando se referiu ao relacionamento de L.M com seu filho. A jovem, segundo a polícia, atirou no rapaz por não aceitar a vontade dele de terminar o namoro. Os dois estavam juntos há um mês.
“Os jovens hoje, principalmente depois da pandemia, estão desequilibrados emocionalmente. É uma dependência emocional por causa do convívio social que não se tem mais e aí eles querem depender um do outro. Isso não é para acontecer. A outra pessoa é para completar. Porque meu filho não quis namorar com ela, ela fez isso. Mas que Deus tenha misericórdia da vida dela. Do meu coração eu disse ‘Senhor, eu perdoo e lanço perdão sobre a vida dela. Está feito e ninguém desmancha’”.
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A mãe de João Lucas diz confiar na Medicina e nos profissionais que estão cuidando de seu filho no HUT. Uma junta médica avalia os próximos passos e sobre como proceder com o tratamento do adolescente. Ele ainda não passou por nenhuma cirurgia e isso não deve acontecer até que a equipe chegue a um consenso.
Cleytiana agradeceu por todas as orações e o apoio que a família tem recebido e tem fé de que João Lucas vai se recuperar sem nenhuma sequela. “A situação para a Medicina é gravíssima, mas eu creio em Deus operando através da vida dos médicos, iluminando os olhos do entendimento deles para que eles façam uma cirurgia perfeita. Eu creio em nome de Jesus que ele vai sair dessa perfeito do jeito que Deus criou para ser”, finaliza a mãe do adolescente.
Pai guardou arma em local diferente por causa do atrito entre a filha e o ex-namorado
L.M.G.L é filha do sargento da Polícia Militar, Leonardo Rodrigues Lopes. Ele é o proprietário da arma usada pela adolescente para atirar em João Lucas. Leonardo diz que já tinha conhecimento dos atritos entre a filha e ex-namorado e que se sentia receoso em relação a isso. Por este motivo, o sargento conta que mudou o local onde geralmente guardava a pistola.
A arma é uma pistola 9 milímetros de uso restrito das Forças de Segurança, automática e estava municiada. O pai de L.M conta que a arma tem registro e que geralmente a deixava guardada em um armário. No entanto, ainda ontem (04) ele havia mudado o revólver de local porque, segundo ele, ficou receoso após saber da discussão da filha com João Lucas.
“Eu nem imaginava que ela estava com esta arma. Não notei nenhuma diferença na pistola. Só hoje [ontem, dia do ocorrido] que coloquei em um local diferente já devido ao atrito deles. Eu já fiquei um pouco receoso. Ela só comentou com a mãe dela a respeito do problema com esse rapaz, que estava muito triste. Senti falta da arma depois que eu soube a notícia”, afirmou Leonardo.
O pai de L.M não sabe dizer como a filha conseguiu ter acesso à pistola, se ela por acaso pegou outra chave para abrir o armário onde a arma estava guardada. Ele conversou com ela e conta que a filha se mostra arrependida e que falou mais de uma vez que não teria feito o que fez.
L.M.G.L está cumprindo internação provisória no Complexo de Defesa da Cidadania, em Teresina.
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