A greve do transporte coletivo de Teresina chegou ao fim após acordo entre os trabalhadores e os empresários do setor nesta quarta (14). Com o reajuste salarial de 6% que foi concedido, o sistema volta a operar normalmente na capital. No entanto, esse “normal” ainda está distante da realidade que tinha no transporte público teresinense há alguns anos. A frota de ônibus reduziu com o tempo, o sistema perdeu usuários e o custo das operações aumentou. Para que o transporte funcione a contento, o preço ideal da passagem de ônibus em Teresina deveria ser R$ 11.

O número foi revelado pelo Setut nesta quinta (15). O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina divulgou um levantamento em que traz dados sobre os custos do sistema. Segundo a entidade, o déficit mensal do transporte coletivo é de aproximadamente R$ 4 milhões, mesmo com a manutenção do subsídio da Prefeitura. A tarifa inteira, que está congelada em R$ 4 desde 2019, deveria subir para R$ 11, um patamar técnico atual e necessário para manter as operações em funcionamento.
A queda na demanda de passageiros caiu 60% em comparação com 2019. Antes da pandemia, a frota de ônibus da capital era de 400 veículos. Hoje, apenas 270 circulam por Teresina, uma redução de 30%.

O transporte público é um dos principais problemas da gestão municipal de Teresina, segundo o próprio prefeito Silvio Mendes. Recentemente, o chefe do Executivo local chegou a ventilar a possibilidade de mexer nas gratuidades do sistema, considerando o valor que se deixa de arrecadar nas catracas e que a Prefeitura repassa mensalmente para as empresas. As gratuidades representam 40% das passagens diárias, revelou o Setut.
Em nota, a entidade defendeu que o encerramento da greve por si só não resolve os desequilíbrios financeiros e operacionais que ameaçam a sustentabilidade do sistema. “A superação da crise exige muito além de soluções emergenciais. É necessária uma ampla revisão do modelo de financiamento, a reformulação das políticas de gratuidades e a implementação de uma nova estrutura operacional para o transporte público de Teresina. Sessas medidas estruturais, novas crises serão inevitáveis”, aponta o Setut.

Aumento da passagem não foi descartado, disse prefeito
Pouco depois de assumir a Prefeitura, Silvio Mendes chegou a dizer em uma entrevista que o aumento da passagem de ônibus em Teresina não estaria descartado. O principal gargalo seria as meia-passagens de R$ 1,35, mas que, na verdade, representam menos da metade do valor inteiro e está congelada há anos.
“Se for possível não aumentar a tarifa, é muito melhor. Para todos é melhor. Mas é preciso que se viva no mundo real. Quem vai decidir isso? A discussão técnica, acompanhada do Tribunal de Contas, do Ministério Público e da Câmara Municipal”, pontuou o prefeito.
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