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Professores das escolas particulares de Teresina paralisam atividades e fazem passeata no Centro

Categoria reivindica reajuste salarial com base na inflação e a manutenção de direitos conquistados como bolsa para alunos filhos de professores.

04/08/2023 às 10h03

28/09/2023 às 11h34

Os professores e auxiliares de educação das escolas particulares de Teresina paralisaram suas atividades nesta sexta-feira (04). O movimento já estava agendado e faz parte do calendário de lutas da categoria, que reivindica, dentre outros pontos, a concessão de reajuste salarial com base na inflação e melhorias nas condições de trabalho. Os profissionais se reuniram na Praça da Liberdade, no Centro da capital, e seguiram em passeata até a sede da Superintendência Regional do Trabalho, na Avenida Frei Serafim.

A paralisação acontece após várias tentativas de negociação entre os trabalhadores e os sindicatos patronais. O Sindicato dos Professores das Escolas Particulares (Sinpro) informou que já flexibilizou alguns dos pontos reivindicados mas que, mesmo assim, não houve avanços nos acordos. O que a categoria pede é o reajuste salarial acima da inflação, pagamento justo de remuneração para professores mensalistas que tiverem sua carga horária aumentada de 20 horas para 25 horas semanais e manutenção da bolsa para filhos de professores.

 - (Reprodução) Reprodução

Os trabalhadores lembram que, no início do ano, as escolas particulares de Teresina reajustaram suas mensalidades em até 10%, mas que esse valor a mais não foi repassado aos trabalhadores por meio de reajuste. Quem explica é o secretário-geral do Sinpro, Marcelo Amorim.

“As escolas continuaram reajustando e, mesmo assim, negociamos aumento abaixo da inflação em 2021 e 2022. Agora a inflação é apenas 3,83% e nem isso querem efetivamente repassar. Nas planilhas, as escolas colocam que o reajuste nas mensalidades se justifica pelo aumento na folha de pagamento, mas onde houve esse aumento? Porque para os professores e auxiliares não foi concedido aumento nenhum”

Marcelo AmorimSecretário-geral do Sinpro-PI

Para o professor Webston Silva, a paralisação é uma forma positiva de chamar a sociedade a ter um olhar mais carinhoso para com as instituições particulares de ensino e quem dela faz parte. “Estamos em um processo de precarização do trabalho. Temos notado de maneira paulatina um avanço gigantesco da retirada de direitos que conquistamos há décadas. Queremos, pelo menos, negociar a reposição da inflação. Você vive em uma sociedade em que tudo fica caro e a gente tem que sempre que aumentar nossa carga de trabalho para ter um salário mais ou menos condizente”, desabafa.

Hoje (04), acontecerá uma nova tentativa de negociação entre os trabalhadores e a classe patronal. A categoria se reúne com representantes do Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Piauí) em audiência mediada pela Superintendência Regional do Trabalho. Caso haja um acordo, a paralisação será interrompida. Caso isso não ocorra, o movimento segue enquanto não houver uma definição.

O presidente do Sinpro, Jurandir Soares, informou que também já acionou o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PI) e disse que o dissídio de greve já foi instaurado.

“Nós somos uma categoria que trabalha muito e que não é reconhecida. Dizem muito que o professor é a mola propulsora da sociedade, mas esse reconhecimento não deve vir só no Dia do Professor, não. Cadê os nossos direitos? Tem escola dizendo que não reajustou nossos salários porque investiram em segurança. Eu sinto informar, mas professor não trabalha com cacetete. Trabalha é com pincel e aluno”

Jurandir SoaresPresidente do Sinpro-PI

O Sinpro afirmou que, após a audiência de hoje, o movimento será reavaliado, mas que se nada for decidido, a paralisação continua por tempo indeterminado.

O que diz o outro lado

Por meio de nota, o Sindicato dos Estabelecimentos em Educação do Estado do Piauí (Sinepe-PI) informou que está acompanhando atentamente a situação dos professores e demais trabalhadores da educação privada, que estão em processo de negociação coletiva com o Sindicato dos Professores e Auxiliares da Administração Escolar do Piauí (Sinpro).

O Sinepe reiterou que “está aberto ao diálogo e à mediação, buscando sempre uma solução pacífica e equilibrada para o impasse, que atenda aos interesses de ambas as partes e preserve a qualidade do ensino”. A entidade finaliza a nota afirmando que espera que a negociação coletiva seja concluída o mais breve possível.

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