Os advogados de defesa do Padre Possidônio Júnior afirmaram que as acusações feitas contra o sacerdote não representam qualquer tipo de crime. O religioso do município de Oeiras foi afastado de suas funções após denúncia de suposto envolvimento com uma adolescente de 13 anos. A cidade é conhecida como capital da fé.
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Segundo os advogados Fleyman
Fontes e Eduardo Rodrigues, a Diocese afastou o Padre por uma questão
cautelar, até que se encerre as investigações policiais e administrativas, mas eles garantiram que, diante
das informações contidas em relatório e do que é previsto na esfera criminal,
Possidônio Júnior não cometeu crime.
“Houve uma ‘aceleração’ dos fatos e o Padre foi condenado antes mesmo do Delegado da cidade ter conhecimento do caso. Mas podemos afirmar que o Padre tem uma chance muito grande de ser absolvido. Não posso dizer o porquê que estamos afirmando isto, porque não posso dizer os elementos do relatório. Mas com esse documento, analisado por todo o corpo de advogados, chegamos a conclusão que a inocência do Padre será mostrada de forma cabal”, disse Eduardo Rodrigues.
As informações contidas no relatório produzido pelos profissionais de saúde que atenderam a adolescente e que foram encaminhadas ao Ministério Público do município são mantidas em sigilo e o acesso ao documento pelos advogados só foi possível esta semana, após o fim do recesso forense.
“Eu creio que o processo não prospera. Do ponto de vista jurídico, criminal, daquilo que está tipificado no código penal brasileiro, o Padre é inocente. Se a parcela da população viu diferente de mim, acredita que ele é culpado, isso é normal diante do que foi divulgado na imprensa. Do ponto de vista administrativo, da igreja, isso não nos cabe Mas eu tenho convicção de que ele é inocente e boa parte dessa situação que ele passou foi injusta”, completou o advogado Fleyman Fontes.
Os advogados reforçaram a relevância do Padre para a cidade de Oeiras, assim como o currículo do religioso, que é Doutor e tem mais de 25 anos de serviços prestado à comunidade. “O currículo dele não dá a ele carta branca para fazer coisas injustas. O currículo de alguém não isenta de uma investigação, de sanção. Eu asseguro que o relatório atesta. Inclusive, a inocência do Padre”.
Eduardo Rodrigues falou ainda que o Padre não está “tranquilo” com a situação e que mantém silêncio sobre o caso por orientação dos advogados. “É impossível que alguém fique tranquilo com isso. Ele não está tranquilo e nem silencioso. O silencio do padre é uma questão de defesa, mas não há qualquer tipo de tranquilidade diante da situação”.
O caso está sob investigação do delegado Luciano Santana, de Oeiras, que deve começar a ouvir as testemunhas nos próximos dias.
(Foto ilustrativa: Reprodução/Diocese de Oeiras)